Assine VEJA por R$2,00/semana
Reinaldo Azevedo Por Blog Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Os tons de Dilma – Quem tem Paulo Roberto Costa tem medo. Ou: Hora de começar a combater Marina

A presidente Dilma Rousseff concedeu uma entrevista coletiva neste domingo no Palácio da Alvorada. Operou duas mudanças de tom, constrangida pela realidade. Na quinta-feira, em Pernambuco, afirmou que as acusações de corrupção na Petrobras constituíam uma agressão à empresa, atribuiu tudo ao jogo eleitoral e fez uma defesa meio bronca de Graça Foster. No dia […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h13 - Publicado em 25 ago 2014, 07h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A presidente Dilma Rousseff concedeu uma entrevista coletiva neste domingo no Palácio da Alvorada. Operou duas mudanças de tom, constrangida pela realidade. Na quinta-feira, em Pernambuco, afirmou que as acusações de corrupção na Petrobras constituíam uma agressão à empresa, atribuiu tudo ao jogo eleitoral e fez uma defesa meio bronca de Graça Foster. No dia seguinte, o engenheiro Paulo Roberto Costa, que está preso, fez um acordo de delação premiada. Vamos ver. Pode não dar em nada. Podem sair cobras e lagartos. Dilma então resolveu se precaver.

    Publicidade

    Ajustou a sua fala à realidade e afirmou o seguinte neste domingo: “Se pessoas cometeram erros, malfeitos, crimes, atos de corrupção, isso não significa que as instituições tenham feito isso. Não se pode confundir as pessoas com as instituições”. Certo, presidente! E quem é que estava confundindo? Ninguém. A delação premiada de Costa está deixando muita gente em pânico. Não se sabe até onde ele está disposto a ir.

    Publicidade

    Dilma mudou um pouco o tom também em relação a Marina Silva, candidata do PSB à Presidência. Ou melhor: passou a assumir um tom. Desde a morte de Eduardo Campos, os petistas a vinham ignorando em falas públicas. Num comício em Recife, no sábado, a candidata da Rede, que concorre pelo PSB, afirmou que um presidente da República não precisa ser um gerente — afirmação, diga-se, que havia sido feita pela empresária marineira Maria Alice Setubal em entrevista à Folha.

    Dilma afirmou: “Essa história de que o governo não precisa ter cuidado com a execução de suas obras ou obrigação de entregá-las é uma temeridade. Acho que o pessoal está confundindo o presidente da República com algum rei ou rainha”.

    Publicidade

    Vamos lá. Acho que Maria Alice e Marina estão escandalosamente erradas quando criticam o perfil de “gerente” de um presidente da República. Ora, se um governante não sabe “gerir” — que é o verbo do substantivo “gerência” —, então sabe o quê? Fazer discurso? Nesse particular, a presidente está certa. Mas só nesse particular.

    Continua após a publicidade

    O problema de Dilma não é ser uma gerente, mas ser uma má gerente, entenderam o ponto? A reputação da presidente, nesse particular, sempre foi superfaturada. Já escrevi aqui que ela foi, sim, extremamente competente em criar a fama de… competente. Mais: está naquele grupo de pessoas que, por serem enfezadas, passam por muito capazes.

    Publicidade

    Ora, se Marina, então, se eleger presidente da República, devemos imaginar o quê? Que vai dar apenas diretrizes espirituais, deixando a gestão do governo a cargo de uma burocracia cinzenta, enquanto ela fabrica metáforas, metonímias e prosopopeias? Além da independência do Banco Central, teremos também a independência dos ministérios da Fazenda, Planejamento, Saúde, Educação… A gerentada fica lá, e a presidente vira a nossa líder espiritual? O Brasil precisa, sim, de gerência, mas de boa gerência.

    Voltemos à Petrobras: vocês acham que, com uma gerência decente e profissional, a empresa estaria vivendo essa crise?

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.