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O tal “Bolsomito” se acha o Trump brasileiro… Só falta ficar cor de laranja!

Por mim, Jean Wyllys e Jair Bolsonaro, que mantêm uma relação política homoafetiva, seriam cassados para aprender regras de civilidade

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h22 - Publicado em 10 nov 2016, 05h35

Quem parece ter se animado para valer com a vitória de Donald Trump nos EUA é o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Os e as “bolsonaretes” estão num frenesi danado. Junto com os fiéis da seita olaviana, resolveram invadir minhas páginas na Internet para “esfregar na sua (minha!) cara” a vitória do Trump, “bolsomito dos EUA”. Um Engov antes e um depois, certo?

Nesta quarta, ao depor no Conselho de Ética, o deputado disparou com aquele seu estilo sempre elegante e intelectualmente sedutor: “Serei candidato em 2018 gostem ou não gostem”. Sem dizer se também pretende se colorir de laranja, ele se comparou ao presidente eleito dos EUA no Twitter: “Em 2018 será o Brasil no mesmo caminho”. O que dizer? Qualquer candidato o é com a concordância de uns e a discordância de outros; com o “gosto” de alguns e o “desgosto” de outros tantos.

Mas sabem como é… Fiel a um estilo, o deputado precisa emprestar a seu pleito o tom de uma resistência…

Nesta quarta, diga-se, por 11 votos a 1, o Conselho de Ética da Câmara rejeitou uma denúncia contra ele por quebra do decoro parlamentar. Ele foi denunciado porque teria feito apologia da tortura. Na votação que decidia se a Casa autorizaria ou não o Senado a abrir um processo de impeachment contra Dilma, o nosso valente parlamentar não teve dúvida e dedicou o seu “sim” à memória do coronel Brilhante Ustra, acusado de ter sido torturador durante o regime militar. Bolsonaro o chamou de “herói do povo brasileiro”.

Ainda que a fala tenha sido de uma infelicidade brutal, creio que tal opinião está plenamente coberta pela inviolabilidade do mandato parlamentar. Bolsonaro tem o direito de pensar o que quiser de Ustra — inclusive o de achar que ele não foi torturador.

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Já o caso em que disse que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não faz seu tipo e não merece ser estuprada… Bem, aí vejo a quebra do decoro de modo cristalino. As palavras fazem sentido. Se, a seu juízo, bonita fosse, mereceria, então, ser estuprada? O mandato de um deputado não é tão inviolável, acho eu, que ele possa dizer algo assim. É justamente para casos assim que existe a acusação de quebra do decoro.

Bolsonaro falou também no Conselho nesta quarta na condição de testemunha no processo aberto para avaliar a possível cassação do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). É aquele rapaz que transformou cusparada em argumento político. O psolista teria tentando cuspir em Bolsonaro, segundo depoimento de outro parlamentar, o petista Luiz Sérgio (RJ), depois de ter sido chamado de “queima-rosca”, “franguinha” e “viadinho”. Bolsoanro nega e diz que suas divergências com Wyllys se dão no campo nas ideias.

Mas sabem como é… O homem é o nosso Trump, certo? Respondendo ao deputado Glauber (PSOL-RJ), que resolveu resgatar outros ataques de Bolsonaro a Wyllys, disparou o Bolsomito: “Faça essa carinha quando tiver com Jean Wyllys, ele vai gostar muito, vai gostar desse biquinho”.

Como se vê, eis um homem que debate ideias.

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O que eu acho sobre a dupla Bolsonaro-Wyllys? Já disse: como no filme “Os Duelistas”, de Ridley Scott, um depende do outro, um alimenta o outro, um é cabo eleitoral do outro. Trata-se da mais perfeita união política homoafetiva.

Um deveria ser cassado para saber que, na Câmara, cusparada não é argumento. E o outro deveria, sim, perder o mandato porque, a meu juízo, fez a apologia do estupro.

O Parlamento brasileiro não pode conviver com esses tipos.

Pronto, agora os robôs começam a disparar suas ofensas, ao estilo do mestre que os anima.

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