Após o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB), negar o pedido do PSOL para que a nova denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), fosse anexada ao processo ,o partido decidiu, nesta quarta-feira, 11, entrar com uma nova representação contra Renan, mas somente em agosto. Por outro lado, o partido vai apresentar nesta quinta-feira uma representação contra o irmão de Renan, o deputado federal Olavo Calheiros (PMDB), na Câmara dos Deputados, que também estaria envolvido na denúncia.
Segundo a reportagem da revista Veja desta semana, foi descoberta uma operação que possibilitou à família Calheiros vender uma fábrica de tubaína em Murici (AL) por R$ 27 milhões para a Schincariol, embora a empresa estivesse com problemas financeiros e não valesse mais do que R$ 10 milhões.
A reportagem disse ainda, sobre a negociação, que Renan teria atuado em favor da Schincariol no INSS, para impedir que a dívida de R$ 100 milhões da cervejaria fosse executada, e na Receita Federal, contra a multa por sonegação de impostos.
O PSOL informou, por meio de sua assessoria, que decidiu adiar a nova representação uma vez que o Conselho de Ética está sobrecarregado com o processo que já está em andamento no órgão. ´´O Conselho não consegue nem resolver um (processo), imagine dois, disse a assessoria.
No entendimento de Heloísa, toda denúncia precisa ser apurada. Em seu parecer, Quintanilha justifica que a aceitação do aditamento “atrasaria o andamento das investigações em curso, feitas a partir de representação de autoria do próprio PSOL”.
Renan é alvo de processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. O presidente do Senado é acusado, entre outras denúncias, de ter despesas pessoais pagas por lobista da construtora Mendes Júnior. O pagamento seria destinado à jornalista Mônica Velloso, com quem Renan tem uma filha de três anos.
Voltei
Que o caso seja investigado na Câmara, já que envolve também o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), mas é mero truque tentar ignorar a questão no Senado. A rigor, essa operação vale muitas vendas de boi, não é mesmo? A empresa pertencia ao irmão de Renan, mas quem foi flagrado criando facilidades para a Schincariol foi o agora presidente do Senado, não seu irmão. É mais um sucesso na biografia agitada de Renan Calheiros (PMDB-AL), esse homem que, nitidamente, tem muito passado e pouco futuro.