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Nunca antes da história destepaiz um tumor de Lula havia desaparecido!

O tumor de Lula sumiu! O tumor de Lula sumiu! O tumor de Lula sumiu! Felizmente, sumiu! Que não volte mais! Que desapareça num ralo qualquer da biologia, tangido pela medicina, embora, é bem verdade, já se perceba aqui e ali a tentativa de anúncio de algo inédito, verdadeiramente maravilhoso. Nunca antes na história destepaiz […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h14 - Publicado em 28 mar 2012, 17h10
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  • O tumor de Lula sumiu!
    O tumor de Lula sumiu!
    O tumor de Lula sumiu!

    Felizmente, sumiu! Que não volte mais! Que desapareça num ralo qualquer da biologia, tangido pela medicina, embora, é bem verdade, já se perceba aqui e ali a tentativa de anúncio de algo inédito, verdadeiramente maravilhoso.

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    Nunca antes na história destepaiz um câncer de Lula sumiu. É a primeira vez que um câncer de Lula desaparece!

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    Os leitores deste blog sabem — a despeito do que escrevam o JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista) e um bolsão particular da turma, os que servem à causa exclusiva de José Dirceu — que jamais permiti que se fizesse qualquer exploração da doença de Lula nesta página. AQUI NÃO ACEITO CÂNCER NEM COMO METÁFORA!

    Desde o primeiro dia, anunciei — e o mesmo valeu para Dilma — que doença não é categoria política; não distingue ninguém nem para o bem nem para o mal.

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    Ocorre que o PT explorou, nos dois casos, de forma miserável, a doença. Transformou Dilma na supermulher que venceu o tumor para nos salvar. Está a caminho de fazer o mesmo com Lula. Como se a cura fosse uma questão de vontade, de escolha ou, ainda pior, de predestinação; como se o próprio Deus indicasse aqueles que têm o direito de sobreviver, de sorte que os que morrem ou são culpados pela própria morte ou não foram aquinhoados com o olhar divino. Às vezes, o que lhes falta é apenas o Sírio-Libanês…

    Trata-se de uma abordagem muito mais perversa do que parece.

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    A forma espetaculosa, incontida, desmedida, propagandística, marqueteira, com que Lula atravessou os meses da doença, com sua fotógrafo documentando sua viagem ao inferno das maravilhas, expõe o dado mais primitivo da política brasileira, ainda refém de um sinhozinho. Escolham qualquer uma das modernas democracias do mundo — incluindo o Chile, aqui do lado —, e vocês constatarão que nada disso seria possível. Na atrasada Argentina contemporânea, aí já seria provável, sim! Cristina Kirchner, aliás, HAVIA DECIDIDO ter um câncer, mas desistiu. Parece que a tramoia política não deu certo. A Venezuela, como se nota, experimenta as consequências do câncer real de Chávez.

    Essa espetacularização da doença é evidência de um grande, de um profundo, de um enorme atraso. As instituições brasileiras, no papel ao menos, são relativamente modernas (falta muita coisa, sim), mas a cultura política foi submetida a um formidável retrocesso pelo lulo-petismo. Vejam aí: da sucessão presidencial a uma eleição municipal, a política se queda refém de um… tumor!

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    Como? É isto mesmo. Sabem por que o PMDB andou e anda tão assanhado? Porque Lula não é mais a garantia! Seu câncer pode ter sumido, mas ele não é mais potencial candidato à sucessão de Dilma; ele não é mais “a” salvação caso tudo desande; ele não virá mais para “nos salvar” — ou melhor, para “salvá-los”. Assim, a bola está com a governanta, e o PMDB não aposta na sua destreza e busca fazer o próprio jogo. O mesmo, em certa medida, se aplica ao PSB de Eduardo Campos.  O tumor de Lula sumiu — tecnicamente, como sabem os médicos, não se pode dizer que esteja curado, a exemplo de Dilma, note-se —, mas a possibilidade de Lula voltar a se candidatar também sumiu. Daí essa bagunça, que se extremou com o período de resguardo do ex-presidente.

    Ainda antes da eleição, antevejo uma exposição de fotografias de Ricardo Stuckert, documentando o milagre. Nunca antes da história destepaiz se tinha visto o calvário de exultação e de exaltação!

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    O tumor de Lula sumiu!
    Eu realmente espero que não volte mais! É a única torcida humanamente decente.
    Esse é o meu desejo também na certeza de que o processo político brasileiro precisa aprender a superar as diatribes de um Lula saudável — até porque consegue ser mais constrangedor diante das diatribes de um Lula doente.

    O tumor de Lula sumiu!
    Já era hora de a política deixar de ser refém de sua doença.
    A questão é saber se começa a ser agora refém de sua “cura”.

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