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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Não é Dilma quem se navega, quem a navega é a crise. Ou: Levy presta contas às… contas, e Janine, a Lula. Dilma é a rainha sem a Inglaterra…

Já que citar Paulinho da Viola pode conferir a poderosos a suspeita de sublime, daqui a pouco, ouviremos por aí Dilma Rousseff a cantarolar: “Não sou eu quem me navega quem me navega é o mar Não sou eu quem me navega Quem me navega é o mar É ele quem me carrega (…) Timoneiro […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h44 - Publicado em 30 mar 2015, 21h08

Já que citar Paulinho da Viola pode conferir a poderosos a suspeita de sublime, daqui a pouco, ouviremos por aí Dilma Rousseff a cantarolar:
“Não sou eu quem me navega
quem me navega é o mar

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
(…)

Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar”

Na música, esse deixar-se levar assume, assim, ares de poesia, de uma vida leve, sem ambições desmedidas nem rancores acumulados, o verdadeiro estado da ataraxia virtuosa. Não! Não é por isso que Dilma sairia cantarolando.

A presidente já não é a timoneira. Ela já não se navega. É o mar que a navega, para ficar na sintaxe paulinho-violana. Perdeu o controle do governo pela direita e pela esquerda. Está sendo “bypassada” por “conservadores” e “progressistas”. E, Santo Deus!, Dilma ainda tem, na melhor das hipóteses para ela, 45 meses de governo. A que me refiro?

Em encontro com ex-alunos da escola de negócios da Universidade de Chicago, na terça-feira passada, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que sua chefe nem sempre age “da maneira mais efetiva”. Dilma não gostou. Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, deixou isso claro a Levy. Mas o que ela pode fazer além de nada? É refém dele, como já escrevi aqui. Se a presidente demitir seu ministro, ele arruma um empregaço na iniciativa privada, de onde é oriundo. Não precisa do governo. Mas o governo precisa dele. A eventual demissão seria um desastre. Por isso Dilma minimizou o episódio. Ao se referir ao caso, disse a presidente: “Ele ficou bastante triste com isso e me explicou. Mas eu li, eu tenho clareza que ele foi mal interpretado”. É, não foi. Mas assim é quando não existe alternativa.

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Na outra ponta do espectro, Dilma nomeou o esquerdista Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação, que hoje está cercado por alunos do Pronatec e do Fies que levaram um beiço do governo. O homem nem tomou posse ainda, e sabem com quem se encontrou para “discutir a conjuntura política”? Com Luiz Inácio Apedeuta da Silva. Não! Não foi o cidadão Lula quem pediu uma audiência ao ministro indicado. Isso seria o normal. Quando o PT é protagonista da notícia, quase sempre é o menino que morde o cachorro. O papinho aconteceu no Instituto Lula, na presença de outros “companheiros”.

Um dos presentes era o faz-tudo de Lula, Paulo Okamotto, que virou uma espécie de porta-voz do encontro: “Falamos com ele [Janine], como falamos com economistas e intelectuais. Já estava marcado antes”, afirmou.  Okamotto é aquele rapaz que, em recente entrevista ao Estadão, disse o seguinte sobre a relação do PT com as empreiteiras: “Funciona assim: ‘Você está ganhando dinheiro? Estou. Você pode dar um pouquinho do seu lucro para o PT? Posso, não posso’”. Janine, professor de ética e petista envergonhado, foi aprender um pouco de moral com Okamotto…

Não é Dilma quem se navega. Quem a navega é a crise.

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