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Mitos, farsas e má consciência: as PMs estão com medo, e os delinquentes estão no comando

A cobertura que a imprensa faz dos confrontos de rua está um pouco menos, como posso chamar?, tecnicamente dolosa. Mas ainda se hesita muito em chamar vagabundo de “vagabundo”, bandido de “bandido”. E pensar que essa barafunda começou, na verdade, no dia 13, quando os manifestantes, em São Paulo, romperam um acordo com a tropa […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h54 - Publicado em 27 jun 2013, 18h17
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  • A cobertura que a imprensa faz dos confrontos de rua está um pouco menos, como posso chamar?, tecnicamente dolosa. Mas ainda se hesita muito em chamar vagabundo de “vagabundo”, bandido de “bandido”. E pensar que essa barafunda começou, na verdade, no dia 13, quando os manifestantes, em São Paulo, romperam um acordo com a tropa de choque, o que degenerou em conflitos e se inventou, então, a tese da “polícia contra o povo”. E teve início a fantasia de que qualquer rua ou avenida no Brasil é a praça Tahrir.

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    No dia 11 de junho — antes, portanto, do fantasioso massacre de manifestantes do dia 13, inventado pela imprensa paulistana e reproduzido país e mundo agora — , este blog noticiava: “Delinquentes voltam a promover quebra-quebra em SP e atacam a polícia com pedras, paus e coquetel molotov”. Gente pacífica leva coquetel molotov para manifestações? O Movimento Passe Livre se negava a condenar a violência. Dizia que tudo era culpa da PM. Um policial foi impiedosamente espancado.

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    A grande mentira!
    A grande mentira é esta: as manifestações nunca foram pacíficas, desde o início. Depois que se decretou que a “culpa é da polícia” e que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, debaixo de uma artilharia como nunca se viu, foi obrigada a declarar qualquer área da capital território livre para as manifestações — “sem repressão” —, estava, para lembrar imagem que usei aqui, aberta a Caixa de Pandora. Como no mito, só a esperança ficou grudada ao fundo. Os males do mundo escaparam todos.

    Mais: teve início outra tese ridícula — a da “maioria pacífica”, uma espécie, como direi?, tautologia conceitual. Quando a maioria não é pacífica, o que se tem é revolução. Aliás, também as revoluções são feitas por minorias. A questão é saber se elas são ou não usadas como instrumento de luta. Ou foram os “pacíficos” que empurraram os governadores e prefeitos contra a parede?

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    Peguem os conflitos desta quarta em Belo Horizonte. Repetiram, com grau exacerbado de violência, o que aconteceu no dia 13 em São Paulo. A polícia estabeleceu um limite, que foi transgredido. E o choque começou. “E os jornalistas machucados em São Paulo?” Sim, lamento! Mas bala de borracha ainda não aprendeu a distinguir profissionais de imprensa de vândalos.

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    O governo federal está recuperando a ofensiva no terreno político, e não há muito o que a oposição possa fazer. Com as pessoas comuns um pouco assustadas e de volta a seus lares, sobraram nas ruas a turma da porradaria e os radicais de esquerda, que já se mobilizam para dirigir de modo mais claro os ataques contra a imprensa — a mesma que incensou o movimento. E desqualifico, mais uma vez, uma mentira estúpida: o jornalismo não entrou nessa “para derrubar Dilma”, não! Entrou porque não resiste a qualquer coisa que tenha cheiro de povo.

    A pancadaria come solta hoje em Fortaleza. E esses eventos se repetirão enquanto os responsáveis não forem presos e severamente punidos. As Polícias Militares, Brasil afora, estão com medo de agir. Ontem, a Comissão Nacional da Verdade, cuja ineficiência só compete com a má-fé, soltou um verdadeiro manifesto contra as PMs.

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    Vá lá na Suécia e diga que tudo vale a pena se a disposição não é pequena para ver o que acontece. Lembram-se do furacão Katrina, nos EUA? As vítimas foram mandadas para escolas e alojamentos. Todos estavam unidos na tragédia, não é? Os idealistas esperavam solidariedade, a ajuda mútua etc. As Forças Armadas americanas estavam lá. Mesmo assim, começaram a se multiplicar os casos de estupro, e as autoridades alertaram: “Protejam-se; não temos como evitar esses atos”.

    “Ah, então o povo, deixado por sua própria conta…” Sim, é isso mesmo! É por isso que existem governos e pactos sociais. O estado não precisa ser o Leviatã, não! Mas precisa ter legitimadas as suas forças de contenção. Ou é a guerra de todos contra todos. Uma coisa é criticar os maus policiais; outra, como se fez, é deslegitimar as polícias. É visível que as PMs do Brasil inteiro estão com medo de agir. Os policiais temem parar atrás das grades por cumprir sua função.

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    Se a amiga da presidente Dilma, a tal Rosa Maria, da Comissão da Verdade, elege as PMs como inimigas do povo e dos direitos humanos, então está declarado o vale-tudo. Vale-tudo que setores da imprensa pediram e aplaudiram. E agora? Agora são as próximas vítimas. 

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