O Planalto segue no seu esforço se substituir o Congresso Nacional pelo Congresso dos governadores. Atende a dois chamamentos: 1) envolve todo mundo, incluindo a oposição, no chamado “esforço pelo crescimento”. Se não der certo, a culpa a coletiva; 2) tenta anular, a um só tempo, tanto a força das oposições como a base fisiológica, que já dá sinais de que não facilitará as coisas para Lula. Por Lu Aiko Otta e Adriana Fernandes no
Estadão: “Os governadores serão chamados para participar do choque de gestão que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende impor em 2007 para tornar mais eficiente o gasto público e acelerar o crescimento econômico. Lula pediu aos ministros da área econômica que avaliem com os governadores a possibilidade de se substituir a proposta de reforma tributária que está no Congresso por outra mais ousada. O objetivo do presidente é convencer os governadores a se associarem ao programa de desoneração de impostos para a atração de novos investimentos, reduzindo as alíquotas do ICMS. A tentativa de ampliar as medidas de ajuste fiscal para a esfera dos Estados e Municípios considera, também, que os governadores e prefeitos poderão somar forças com o governo federal e apoiar a criação de limites para os reajustes dos salários dos funcionários. A expectativa do governo é que essa contenção dos aumentos salariais também seja aplicada aos Poderes Legislativo e Judiciário. ‘Temos força política e há sensibilidade de governadores eleitos e deputados’, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A negociação com os governadores para a redução das alíquotas do ICMS foi bombardeada ontem pelo presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. ‘Quem tem que cortar as despesas é a União’, disse Ziulkoski ao Estado. Segundo ele, a maioria dos municípios brasileiros vive hoje um verdadeiro ‘apagão financeiro’ porque são obrigados a arcar com parte de despesas de programas do governo federal.”
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