Livros
Leitores estão me pedindo que publique a lista de livros que sugeri aos estudantes da São Francisco, a Faculdade de Direito da USP. Não o fiz antes porque não queria dar a entender que estes são “os” livros para saber a verdade do mundo. Não! Trata-se de uma lista útil para aquele debate: “Cuba e […]
Lista entregue ao Centro Acadêmico:
– Para dados sociais sobre Cuba antes e depois da revolução:
La Lune et le Caudillo – Le Rêve des Intellectuels et le Régime Cubain, 1959-1971, de Jeannine Verdès-Leroux – Editora Gallimard (disponível na Amazon).
(A Lua e O Caudilho – O Sonho dos Intelectuais e O Regime Cubano – 1959-1971)
Por que ler:
– Para saber que Cuba tinha, em 1952, o terceiro PIB per capita da América Latina. Trinta anos depois da revolução, tinha o 15º;
– Para saber que o índice de analfabetismo de Cuba, em 1958, era de 22% (metade do índice mundial, não de 50%, como afirmava Fidel).
– Para saber que a repressão comandada por Fulgêncio Batista, antes da vitória da revolução, matou 2 mil pessoas, não 20 mil, como afirmou Fidel.
– Para ler a declaração de Fidel sobre o desinteresse pelo poder, afirmando que voltaria a ser advogado depois de depor o regime:
The New York Times – entrevista a Herbert Mattheus
– Para saber detalhes sobre a brutalidade de Che Guevara
Loués Soient Nos Seigneurs – Régis Debray – Edigora Gallimard
(Louvados Sejam Nossos Senhores) – Disponível na Amazon.
– Sobre primeiro campo de trabalhos forçados na América Latina, criado em Cuba, pela dupla Fidel-Che Guevara.
Loués Soient Nos Seigneurs – Régis Debray – Edigora Gallimard
– Os mortos de Cuba
Além de La Lune…, A América Latina e a Experiência Comunista – Pascal Fontaine, in O Livro Negro do Comunismo – Editora Bertrand Brasil
– A brutalidade do regime soviético e seus milhões de mortos:
Stálin – A Corte do Czar Vermelho – de Simon Sebag Montefiori – Companhia das Letras
– A brutalidade do regime chinês e seus milhões de mortos:
Mao: A História Desconhecida, de Jon Holliday e Jung Chang – Companhia das Letras
Outros livros comentados, fora da lista, sugeridos aos alunos no debate:
Cheguei ao autor porque um aluno falou de O Contrato Social como um texto em defesa da democracia. Será? A obra faz uma exposição aparentemente muito ponderada do triunfo do coletivo sobre o indivíduo. Aparentemente. Este escriba acredita que ali estão as sementes das flores do mal do totalitarismo.
– Emílio ou Da Educação, de Rousseau também. As mesmas tolices que Rousseau afirmava sobre a organização social orientam a sua concepção de educação — justo ele, que entregava os filhos ao orfanato à medida que iam nascendo. Voltaire — este, de fato, um gênio — o tinha por idiota e chegou a declarar que lê-lo despertava no ser humano a vontade de andar de quatro.
– O 18 Brumário, de Karl Marx
Citei como um exemplo do que considero um grande texto a serviço da ideologia. Ali estão resumidos, com brilho, alguns dos notáveis procedimentos usados pelos marxistas para distorcer a história, ignorando o fato em benefício da “militância”.
– Dos Filhos Deste Solo, de Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio. É um levantamento, o mais amplo possível, das pessoas mortas pelo regime militar no Brasil. Total: 424. E não “milhares”. Sob a guarda do estado, a morte de uma só pessoa já seria um excesso. A questão é saber por que as nossas esquerdas demonizam os generais do Brasil e endeusam Fidel Castro, que matou 17 mil pessoas, além das 78 mil que morreram tentando fugir da ilha. Quem não se importa com 95 mil cadáveres, por que se importaria com 424. Não é um campeonato macabro. Macabra é a moral dessa gente.
– Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda.
Só entrei no mérito do livro porque ele foi citado pelo deputado Ivan Valente. Então comentei com os alunos a estúpida distorção que acompanha esta obra, muito citada e quase nunca lida. A tal “cordialidade” do homem brasileiro está longe de ser uma constatação positiva.
– A vida de D. Pedro I, de Octávio Tarquínio de Souza – 3 vols. — esgotados, mas certamente encontráveis nas bibliotecas da USP.
Esta recomendação foi feita depois, a um grupo de 20 alunos, que me convidaram para um bate-papo depois do debate. Usei a obra como exemplo de uma história séria, não-marxista, quase sempre ignorada na universidade, nos cursinhos e nos livros didáticos, corroídos pela esquerdopatia. Os fundadores da pátria brasileira são tratados pelo marxismo vagabundo como delinqüentes.
– A Rebelião das Massas, de Ortega y Gasset – Também recomendado durante o bate-papo, depois do debate, como um ensaio grandioso sobre o fundo autoritário que o conceito de maioria pode comportar.