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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Leonardo só rima com Eduardo, mas não é solução. Ou: Virgílio, Dante e Newton!

Lá em “Dois Córgo”, que é como a gente fala “Dois Córregos” em língua nativa, a gente tem uma metáfora para outra metáfora. Quando o sujeito tenta dar um passo maior do que as pernas e acaba “rasgando a carça” — que é “calça” na língua de vocês —, a gente diz: “Esse ainda precisa […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h22 - Publicado em 7 out 2015, 03h05

Lá em “Dois Córgo”, que é como a gente fala “Dois Córregos” em língua nativa, a gente tem uma metáfora para outra metáfora. Quando o sujeito tenta dar um passo maior do que as pernas e acaba “rasgando a carça” — que é “calça” na língua de vocês —, a gente diz: “Esse ainda precisa comer muito feijão”.

Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB na Câmara, ainda precisa comer muito feijão para tomar o lugar de Eduardo Cunha, também do PMDB do Rio e presidente da Casa, que era seu, digamos, preceptor nos caminhos do inferno. Na Divina Comédia, notem, Dante nunca tenta depor Virgílio…

Oh, meu Deus! Não! Cunha não é Virgílio, e Picciani não é Dante. Só recorro a essas referências para tentar elevar o debate, entendem? Adiante.

O governo atropelou as lideranças do PMDB e resolveu falar diretamente com a bancada da Câmara para negociar ministérios. O interlocutor escolhido foi Picciani, com direito a “selfie” entrando no Palácio e tudo…

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Além de Dante e Virgílio, há a terceira lei de Newton: “A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade”.

É, coleguinhas… Em política, quem não negocia toma Newton na cabeça. Picciani era o líder de um blocão que unia PMDB, PP, PTB, PHS, PSC e PEN. Ao todo, 149 deputados, 66 dois quais do seu partido. Desse grupo peemedebista, 22 já assinaram um manifesto contra a reforma e, na prática, não o reconhecem mais como líder. Os outros desertaram, com exceção dos dois parlamentares do PEN.

Descontentes com o andamento da reforma — e Picciani não a negociou direito, como se vê, nem com o PMDB —, as demais siglas resolveram desfazer o tal blocão. Aquele que, antes da reforma, liderava 149 deputados lidera agora, quando muito, 46… Picciani somou e conseguiu diminuir, entenderam?

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Vale dizer e com toda a capacidade que têm os leitores para entender uma ironia: Leonardo tem de comer muito feijão para que seja, sob qualquer critério que se queira, algo além de uma rima para Eduardo, não é mesmo?

Assim, não se espantem de o governo ter tomado uma tunda na Câmara, não conseguindo quórum para manter os vetos de Dilma, na primeira votação depois da tal reforma.

Taí uma comédia bem mundana. Mas fica a lição para Leonardo e também para Dilma: nem sempre o que rima é solução. 

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