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Jorge Furtado, o Amaral Neto do petismo

Em janeiro de 2005, Diogo Mainardi escreveu uma coluna sobre a desenvoltura do cineasta Jorge Furtado para conseguir financiamento para seus projetos. Furtado é o cineasta que saiu em defesa de Maria Bethania. Segundo ele, só os brancos de direita de São Paulo é que se opõem ao capilé oficial para a cantora escandir as […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h32 - Publicado em 18 mar 2011, 19h38

Em janeiro de 2005, Diogo Mainardi escreveu uma coluna sobre a desenvoltura do cineasta Jorge Furtado para conseguir financiamento para seus projetos. Furtado é o cineasta que saiu em defesa de Maria Bethania. Segundo ele, só os brancos de direita de São Paulo é que se opõem ao capilé oficial para a cantora escandir as suas sílabas. Leiam trecho da coluna.

Jorge Furtado é o Amaral Neto do petismo. Faturou 700.000 reais para dirigir um comercial do Banco do Brasil sobre o tema da fraternidade. O comercial faz parte da campanha ufanista “O melhor do Brasil é o brasileiro”. Na ditadura militar, Amaral Neto exaltava o orgulho nacional mostrando a construção de hidrelétricas. Jorge Furtado, o maior propagandista do lulismo no meio cinematográfico, mostrou a construção de uma quadra de futebol na periferia de Porto Alegre. A quadra custou 120.000. Foi financiada pelo próprio Furtado, com o dinheiro pago pelo Banco do Brasil. Furtado elegeu a si mesmo como exemplo de fraternidade, portanto. E usou o dinheiro do Banco do Brasil com a desenvoltura de um deputado maranhense, que constrói quadras de futebol em seu curral eleitoral, com a verba do Fundef. Não todo o dinheiro, claro: se a quadra de futebol custou 120.000, e outros 130.000 foram gastos em impostos, sobraram 350.000 para Furtado. É assim que funciona a fraternal contabilidade petista.

Furtado já declarou que, em parte por motivos ideológicos, não aceita fazer publicidade em sua produtora de cinema. Exceto publicidade do PT. Ele é o mais requisitado marqueteiro petista do Rio Grande do Sul. Dirigiu as duas campanhas de Tarso Genro à prefeitura de Porto Alegre e as duas campanhas de Olívio Dutra ao governo do estado. Valeu a pena. O governo gaúcho, na administração Olívio Dutra, premiou seu filme O Homem que Copiava com 1,3 milhão de reais. E deu mais 1,1 milhão para seu sócio. Furtado está entre os maiores captadores de recursos públicos para o cinema do país. Leva dinheiro de todos os lados. Só nos últimos tempos, recebeu 250.000 da Petrobras, 380.000 da Ancine, 400.000 do BNDES, 370.000 do Ministério da Cultura, uma ajudinha camarada dos Correios, outra ajudinha camarada da velha prefeitura petista de Porto Alegre.

Não é só com o apoio de estatais que Furtado financia seus filmes. Meu Tio Matou um Cara, atualmente em cartaz, contou também com o patrocínio da Brahma. Furtado diz que não faz publicidade, mas o filme está repleto de merchandising de cerveja. Seus sólidos princípios ideológicos valem tanto quanto os de Lula. Como todo petista, Furtado protestou violentamente contra a privatização das empresas de telefonia. Agora, com a maior naturalidade, passa o pires na Brasil Telecom e na TIM. Quando o PT estava na oposição, Furtado acusava Fernando Henrique Cardoso de representar “décadas de concentração de renda e exclusão social, patrocinadas pela mesma elite que continua no poder: ACM, Sarney, Maluf, Delfim”. Os quatro antigos vilões foram alegremente absorvidos pelo fisiologismo petista, e Furtado deixou de se escandalizar com isso. Afinal, além de patrocinar a concentração de renda e a exclusão social, a tal elite também patrocina seus filmes.

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(…)

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Um legítimo Diogo Mainardi, com a sua impressionante e inigualável capacidade de síntese. Essa direita branca de São Paulo é fogo! Se bem que Diogo, a exemplo de FHC e Caetano Veloso (logo, Maria Bethania também), é meio mulato.

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