GREVES NA BOCA DA URNA
Há uma politização verdadeira criminosa de movimentos grevistas e trabalhistas em São Paulo. A esta altura, é desnecessário demonstrar que a Apeoesp está em franca campanha eleitoral. Já o movimento dos policiais está sob a influência da Força Sindical, aquela central comandada por Paulinho da Força. Vocês se lembram da greve de 2008. Foi política? […]
Há uma politização verdadeira criminosa de movimentos grevistas e trabalhistas em São Paulo. A esta altura, é desnecessário demonstrar que a Apeoesp está em franca campanha eleitoral.
Já o movimento dos policiais está sob a influência da Força Sindical, aquela central comandada por Paulinho da Força. Vocês se lembram da greve de 2008. Foi política? Peço que leiam ou releiam este post de 17 de outubro de 2008:
sexta-feira, 17 de outubro de 2008 | 4:49
Atenção!
O que segue abaixo não é para estômagos fracos. Trata-se de um discurso do deputado Paulinho da Força (PDT), este monumento à moralidade nacional. Para maiores informações sobre sua biografia, vocês podem colocar no Google as palavras “Paulinho Força empréstimo BNDES”. O resultado é espantoso. Mas só a autoria do discurso talvez não ameace com uma lavagem estomacal completa. É preciso ler o que ele diz. Aí estão a PROVA, a EVIDÊNCIA, a CONFISSÃO de que os atos protagonizados ontem por alguns policiais civis, em São Paulo, obedeceram à mais descarada manipulação política.
Ele o pronunciou numa manifestação de policiais ocorrida na sexta-feira passada, no vão do MASP. Observem que o próprio deputado toca na questão eleitoral. Com a precisão muito peculiar, ele acusa o governador José Serra, que está no cargo há menos de dois anos, de não dar aumento aos policiais há 14 anos!!! Mas eu os deixarei agora com este Colosso de Rhodes da ética. A idéia de fazer bagunça no Palácio foi dele. E notem que também deixa claro que botaria gente sua, alheia à Polícia, no movimento. Divulguem este post. Ajudem a expor a farsa. A transcrição obedece ao, por assim dizer, raciocínio do valente.
(…)
O PROSELITISMO
tenho um irmão que é policial como vocês, da Policia Civil. Também como o Ronaldo, algum tempo atrás foi atingido num assalto a banco, por uma escopeta, e também não teve nenhuma assistência do governo do estado. Quero dizer a vocês que eu não tenho participado das reuniões que têm acontecido, das passeatas, mas tenho acompanhado através do presidente do sindicato, o movimento todo da polícia civil. Quero dizer, como presidente da Força Sindical e também como deputado federal, que o movimento de vocês tem repercutido muito em Brasília, principalmente quanto à intransigência do governador com relação aos trabalhadores de SP. O que o governador tem feito com os policiais, os delegados que se colocam à disposição e abafando o movimento é uma coisa absurda, coisa que, como trabalhadores, não podemos concordar.
TODO O APOIO DA FORÇA
Como é que um homem que é o governador do maior estado do país e quer ser presidente da República, mas trata seus trabalhadores como o Serra tem tratado os (policiais) civis do Estado de São Paulo? Nós não podemos concordar com isso e temos de protestar. Vim aqui, companheiros, para dizer a vocês que quero colocar à disposição dos companheiros dirigentes sindicais da polícia civil aqui de SP toda a estrutura da Força Sindical à disposição de vocês [APLAUSOS E APITAÇÃO].
A nossa estrutura aqui em SP não é pequena… A Força Sindical aqui no estado de SP tem 712 sindicatos, cada um desses sindicatos tem lá um punhado de carros de som. Portanto, se vocês precisarem, é só vocês me ligarem. E nós colocamos, só aqui na cidade de SP, temos uns 200 carros de som para colocar na porta do Palácio [APLAUSOS E APITAÇO].
(…)
PAULINHO OFERECE O APOIO DE OUTROS SINDICATOS
Eu queria fazer uma proposta para vocês. Se vocês concordarem, eu me comprometo com o outro lado. É convocar todos os sindicatos das centrais sindicais para acompanhar vocês na semana que vem.
PAULINHO LIGA A GREVE À QUESTÃO ELEITORAL
Queria fazer uma proposta a vocês que é a seguinte: nós estamos chegando às vésperas do segundo turno. O chefe de vocês, que é o José Serra, sabe que tem que… (INCOMPREENSÍVEL}… as eleições. A coisa aqui é séria. E sabe que uma greve da Polícia em São Paulo com repercussão nacional – a greve de vocês está causando repercussão nacional… [INCOMPREENSÍVEL]. Ele não dá aumento de salário há 14 anos, e o povo do Brasil não sabe disso. E ele quer ser presidente da República.
PAULINHO LANÇA A IDÉIA DE IR ATÉ O PALÁCIO
A proposta que eu quero fazer aos companheiros é que a semana que vem, na quinta-feira, a gente faça uma passeata saindo do Morumbi, do Estádio do meu time, São Paulo, lógico. [INCOMPREENSÍVEL], corintianos, palmeirenses, santistas convocados… Eu convoco um movimento, sindical, o presidente da CUT que está aqui também candidato. E, na quinta-feira, nós fazemos uma concentração com carro de som, com bandeira, com faixa, no Morumbi. E do Morumbi, nós vamos para a porta do Palácio dos Bandeirantes.
CONSTRANGER O GOVERNADOR
Ele vai ter duas saídas só: uma, ele mesmo – não vem com esse Marzagão não, esse não manda porra nenhuma. Ele vai ter duas saídas: uma, receber o comando de greve em palácio, dizer se vai dar, ou não vai dar. Outra: dizer para o Brasil que não vai dar nada.
JUNTANDO-SE COM A CUT
Porque, se ele falar que não vai dar nada, nós podemos acampar na porta do Palácio dos Bandeirantes até que ele queira… (INCOMPREENSÍVEL]. Apoio integral não só do PDT, e de outros partidos. Nós iríamos… Eu convoco também em Brasília vários deputados federais comprometidos … O Roberto Felício [DA CUT]. Convocamos deputados estaduais, vereadores daqui, companheiros. E vamos motivar. Ele que tenha a coragem de dizer que não vai dar.
Porque não é possível essa coisa que vocês estão fazendo: a Polícia em greve, a população precisando de vocês, e ele não cede. Então, vamos lá na porta. Essa é a proposta que eu faço para vocês. E fico à disposição para o comando de greve para a gente comentar… Obrigado.