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Reinaldo Azevedo

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Grécia elege os porras-loucas do calote. Como diria aquele, as consequências vêm sempre depois

Xiii… Não é uma esquerda qualquer que ganhou a eleição na Grécia. O Syriza conquistou 149 das 300 cadeiras do Parlamento. Precisa de 151 para formar o governo e já recebeu o apoio de partidos menores. Trata-se de uma frente formada pelos, deixem-me ver como chamar,  neoporras-loucas que hoje infestam a Europa e o mundo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h16 - Publicado em 26 jan 2015, 04h39
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  • Xiii… Não é uma esquerda qualquer que ganhou a eleição na Grécia. O Syriza conquistou 149 das 300 cadeiras do Parlamento. Precisa de 151 para formar o governo e já recebeu o apoio de partidos menores. Trata-se de uma frente formada pelos, deixem-me ver como chamar,  neoporras-loucas que hoje infestam a Europa e o mundo — o Brasil também. É a turma que acredita piamente que existe almoço grátis, que o capitalismo é só uma conspiração de homens maus para destruir o planeta, a felicidade e o futuro; que os que falam em finanças e em pagar as contas são sabotadores da utopia. Como vai ser? Ninguém tem a menor ideia. E isso, suponho, vale também para os vitoriosos.

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    A plataforma da moçada é do balacobaco. O país deve a bagatela de 320 bilhões de euros, o que corresponde a 175% de seu PIB. A proposta imodesta do Syrisa é dar calote em 50% — isto é, reduzir a dívida, de saída, à metade — e decretar a moratória dos outros 50%. A palavra de ordem — ou de guerra — empregada na eleição foi se livrar da “troika” — vale dizer: do gerenciamento do Banco Central Europeu, da Comunidade Europeia e do FMI.

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    E o perigo é ainda maior do que o dano: em outros países em situação difícil, como a Espanha, há um crescente movimento nessa direção. Há quatro dias, o Banco Central Europeu anunciou um pacote de estímulo à economia de um trilhão de euros até setembro de 2016. O BC pretende comprar, a cada mês, 60 bilhões de euros de títulos públicos e privados, injetando esse dinheiro no mercado, esperando que ele se converta em investimento e crédito. O BC americano e o do Reino Unido já recorreram a esse expediente.

    O italiano Mario Draghi, presidente do BCE, conseguiu enfiar o pacote goela abaixo de Angela Merkel, que defende que os países da Zona do Euro arrumem antes as suas economias. E se a Grécia der mesmo o calote? Poderá ser beneficiária do pacote de estímulos? Alguns dos maiores credores da dívida grega são justamente bancos da Alemanha, a maior economia do bloco. A dívida grega representa quase um terço — 32% — do pacote de estímulos.

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    Para a Zona do Euro, a vitória da esquerda radical, contra a austeridade fiscal, é uma péssima notícia. E o Syrisa não prometeu apenas dar o calote na dívida: também acenou com a ampliação de benefícios sociais, como energia de graça a pelo menos 300 mil pessoas. Alexis Tsipras, futuro primeiro-ministro, discursou depois da vitória. Segundo disse, a “troika” ficou no passado, e a Grécia vai recuperar a sua soberania.

    A questão é saber se os demais países da Zona do Euro estão dispostos a pagar a conta. A depender do caso, contabilizar o prejuízo e se livrar de um membro problema pode ser mais barato.  Mas os gregos fizeram essa escolha e, agora, terão de arcar com as consequências, que, como diria o rei da tautologia, vêm sempre depois.

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