Grana para publicidade do governo Dilma já começa na estratosfera
Leiam o que informa Marcio Allemand, no Globo Onlin. Comento na madrugada: Publicidade do governo terá em 2011 quase mesma verba liberada para prevenção e resposta a desastres O primeiro ano do governo da presidente Dilma Rousseff deverá gastar em publicidade quase o mesmo valor utilizado por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, no […]
Leiam o que informa Marcio Allemand, no Globo Onlin. Comento na madrugada:
Publicidade do governo terá em 2011 quase mesma verba liberada para prevenção e resposta a desastres
O primeiro ano do governo da presidente Dilma Rousseff deverá gastar em publicidade quase o mesmo valor utilizado por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, no último ano de mandato. O montante aprovado para campanhas publicitárias institucionais do governo em 2011 é de R$ 622 milhões, contra R$ 650 milhões de Lula. O total equivale, para efeito de comparação, aos R$ 700 milhões liberados por meio de Medida Provisória ao Ministério de Integração Nacional para prevenção de tragédias como a ocorrida na Região Serrana do Rio ( Veja tabela ).
Até ser efetivamente aplicada, a verba liberada pela presidente para prevenção de tragédias pode demorar um ano ou mais para chegar ao seu destino. Assim como aconteceu com a cidade de Angra do Reis, que, após um ano, ainda espera a ajuda de R$ 30 milhões prometida pelo governo. Cálculo feito pela ONG Contas Abertas revela que, considerada a população de 190,7 milhões de habitantes, cada brasileiro está pagando R$ 3,27 para obter informações sobre os atos públicos do governo. Além disso, com os R$ 622 milhões disponíveis, o governo poderia gastar até R$ 1,7 milhão por dia com publicidade, o que deve despertar a cobiça das mais variadas agências e produtoras do país.
Os R$ 622 milhões aprovados serão divididos entre 54 órgãos. Quem ficou com a maior fatia deste bolo foi a própria Presidência da República, que terá à sua disposição R$ 210,3 milhões para gastar em publicidade, cerca de R$ 21 milhões a mais do que foi gasto ano passado, quando a despesa superou R$ 185 milhões. Além da Presidência da República, só o Ministério do Turismo teve verba ampliada por parlamentares. Este ano, a pasta poderá contar com mais R$ 1,7 milhão, totalizando R$ 6,7 milhões. Este aumento pode ser justificado por conta dos investimentos que deverão ser feitos no país, que será sede de eventos importantes, como a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro. Já os ministérios do Transporte, da Agricultura e da Pesca perderam, respectivamente, R$ 7 milhões, R$ 5 milhões e R$ 2 milhões.
Ministério dos Esportes terá 608% a mais para gastar
Outros ministérios tiveram ampliação natural de verbas devido ao aumento do orçamento previsto a cada ano, ente eles, o Fundo Nacional de Saúde, que em 2011 terá R$ 139 milhões para gastar com campanhas na mídia. O aumento do orçamento do Ministério dos Esportes também chama a atenção: 608% a mais do que o do ano passado, passando de R$ 6,2 milhões para R$ 44,2 milhões. Procurada pela reportagem do GLOBO, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde justificou por e-mail o aumento no orçamento informando que o investimento em comunicação é tão importante quanto outros insumos da saúde. “As campanhas contra o tabagismo e outras drogas e prevenção à Aids são exemplos de que a persistência nas campanhas induz à mudança de comportamento e ajudam a evitar problemas de saúde da população”.
Na tarde desta quinta-feira, a assessoria de imprensa da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) respondeu por e-mail à reportagem do GLOBO que os números aos quais a matéria se refere não são definitivos, pois mesmo que o orçamento já tenha sido aprovado no Congresso Nacional, ainda não foi sancionado pela Presidência da República. “Cabe lembrar que os valores das dotações orçamentárias de cada pasta, mencionados na matéria, é resultado de decisão do Congresso Nacional, que tem competência para alterar a proposta de Lei Orçamentária encaminhada pelo Executivo. Não existe razão nem parâmetro para comparação entre a dotação destinada à publicidade, que é dever do Estado e direito do cidadão, a ser executada ou não ao longo de um ano, e a destinação de recursos federais para atender a uma situação emergencial no caso de tragédia, como a ocorrida no Rio de Janeiro”.