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Governo brasileiro pede extradição de Pizzolato, mas torcendo para que seja recusada

O governo brasileiro entrou formalmente com o pedido de extradição do mensaleiro Henrique Pizzolato. Duas questões: será que essa extradição sai? Se a Itália negar, o Planalto vai estrilar? Respondo às duas questões de imediato: tomara que a extradição saia, mas é muito difícil que aconteça. Se os italianos se negarem, não haverá tristeza nenhuma nas […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h20 - Publicado em 4 mar 2014, 05h41
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  • O governo brasileiro entrou formalmente com o pedido de extradição do mensaleiro Henrique Pizzolato. Duas questões: será que essa extradição sai? Se a Itália negar, o Planalto vai estrilar? Respondo às duas questões de imediato: tomara que a extradição saia, mas é muito difícil que aconteça. Se os italianos se negarem, não haverá tristeza nenhuma nas bandas do governo. Ao contrário: haverá gente soltando rojão de felicidade.

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    Vamos à extradição: Pizzolato está preso na Itália porque entrou com documentos falsos naquele país — não têm nada a ver com os crimes do mensalão. Ele é acusado por lá de substituição de pessoa, falso testemunho e falsidade ideológica. Como vocês devem se lembrar, ele fugiu do Brasil e entrou na Itália usando documentos em nome de um irmão que morreu em 1978, chamado Celso Pizzolato.

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    O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil nasceu em Concórdia, em Santa Catarina, mas obteve também a cidadania italiana. A Itália não costuma extraditar seus cidadãos para cumprir pena em outro país — aliás, a esmagadora maioria das nações age desse modo. Lembro, mais uma vez, que esse caso nada tem a ver com o do terrorista Cesare Battisti: aquele, sim, era italiano, condenado em seu país e pediu asilo ao governo Lula. Tratado vigente entre Brasil e Itália prevê a extradição nesse caso. Mesmo assim, os petistas fizeram a barbaridade de ficar com o terrorista.

    Por outro lado, é evidente que Pizzolato é, antes de mais nada, brasileiro e usou a dupla cidadania para práticas dolosas, com a claríssima intenção de se livrar da punição. Não hesitou em cometer crimes novos. É difícil que a Itália o entregue, mas não é impossível.

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    Será que o Ministério da Justiça, cujo titular é o petista José Eduardo Cardozo, está torcendo para que haja a extradição? É evidente que não! Tudo o que os petistas querem, em ano eleitoral, é ver Pizzolato bem longe do Brasil. Hoje, ele é o canhão solto no convés, e a bomba petista ambulante.

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    Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão — o que lhe rende regime inicial necessariamente fechado — por corrupção passiva, peculato, que é roubo de dinheiro público, e lavagem de dinheiro, Pizzolato é um homem desesperado, que já deu sinais de que se sente abandonado pelo PT.

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    Mais do que ninguém, ele desmoraliza as versões fantasiosas que os petistas tentam consolidar sobre o mensalão. Só do Fundo Visanet — dinheiro público —, foram desviados R$ 73,8 milhões para o grupo criminoso. Se mensaleiros como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino fazem suas vaquinhas indecentes para pagar multa, Pizzolato — que, na prática, era chefiado pelo trio — deixa claro que não tinha problemas financeiros. Viveu vida de rico na Europa. Comprou nada menos de três apartamentos só no litoral da Espanha — dois deles avaliados em R$ 3 milhões. Por que será que seus chefes posam de coitadinhos?

    A virtude que os petistas mais apreciam em Delúbio é a sua capacidade de aguentar tudo calado, de não denunciar ninguém, de ser um homem do partido — é, em suma, a cara de pau. Já deu para perceber que Pizzolato é de outra natureza: não aguenta o tranco. Tem queixo de vidro.

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    Não custa antecipar: caso seja extraditado para o Brasil, a primeira coisa que se tem de fazer é dar garantias de vida a Pizzolato.

    Texto publicado originalmente às 3h07
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