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Dilma fala sobre saúde da criança e da “boneca que vai cuidar da cabeça”. E foi do humor involuntário ao cinismo

No sábado, o programa de Dilma na TV tratou da saúde — e também foi esse o assunto sobre o qual ela falou na entrevista coletiva daquele dia. O vídeo segue abaixo. Se não quiserem ver tudo, recomendo um trecho que é imperdível, entre 4min8s e 5min08s. Isto é Dilma — sem João Santana — […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h24 - Publicado em 30 ago 2010, 08h05

No sábado, o programa de Dilma na TV tratou da saúde — e também foi esse o assunto sobre o qual ela falou na entrevista coletiva daquele dia. O vídeo segue abaixo. Se não quiserem ver tudo, recomendo um trecho que é imperdível, entre 4min8s e 5min08s. Isto é Dilma — sem João Santana — tentando expor uma idéia. No trecho, ela explica detalhes de seu programa de atendimento especial a crianças em hospitais. Transcrevo em vermelho:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=1ur6m98vKws?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&&w=425&h=344]

“Uma das propostas que conjuga, assim, não só, né?, tecnologia de ponta, tecnologia sofisticada para o tratamento da criança, mas também tem um grande nível de humanização, porque eles usam todo o…, toda aquela questão do envolvimento da criança, mostrando que a boneca vai, tamém (sic), cuidar da cabeça, ou, quando a criança é submetida a algum nível de tratamento mais estressante, tomar o cuidado para garantir que, psicologicamente, ela se, enfim, ela tenha um, uma chegada maior a um processo que inclusive é de dor.”

Comento
A gente quase consegue entender o que ela quer dizer. Desde a primeira vez em que vi Dilma falar em público, tive uma certeza: ela está naquela categoria de pessoas que não conseguem fazer a distinção entre o geral e o particular, entre a árvore e a floresta, entre o principal e o secundário.  O que terá ela tentado dizer com “tomar o cuidado para garantir que, psicologicamente, ela se, enfim, ela tenha um, uma chegada maior a um processo que inclusive é de dor”? A fala da boneca que também vai cuidar da cabeça é memória da propaganda dos Laboratórios Fleury…

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É, amiguinhos… Dá para entender por que o PAC empacou. Os ministros não entendem o que ela fala.

E que se note: o seu “Rede Cegonha” (que ela trata como se já fosse um programa do governo federal e não uma proposta de campanha) é cola, sim, da proposta de Serra, que anunciou que estenderá a todo o país o Mãe Paulistana. Mesmo no meio dessa fala tumultuada, a gente entende mais ou menos o que ela quer dizer — e esse é o programa que existe em São Paulo, inspirado numa experiência da prefeitura tucana de Curitiba.

No governo, o PT pegou os programas sociais da gestão anterior e os rebatizou. Desta feita, o partido não esperou nem a candidata ganhar a eleição. Já foi batendo a carteira das propostas alheias ainda na fase da disputa. Na sexta, aliás, Dilma prometeu levar UPAs para todo o Brasil. Na forma como ela anunciou o “programa”, está colando os AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades), que existem em São Paulo e que o tucano afirmou que levara para todo o Brasil se eleito. Também é cola. E essas não são as únicas tungadas dos petistas. Mas isso fica para outra hora.

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Ali pelo fim da entrevista, Dilma se lembra de que João Santana lhe falou para fazer digressões sobre a sua família, sobre o fato de que vai ser avó. Aos 9min33s, do nada, ela dá uma pausa, fita o vazio, como se ouvisse um ponto eletrônico, e desanda a falar sobre sua experiência pessoal. Bem, notem com que naturalidade, doçura e simpatia ela trata do assunto. E ainda aproveitou para lembrar um “ditado de Minas”, que saiu todo atrapalhado: “Barriga de mulher, boca de urna e cabeça de juiz, ninguém controla”. Huuummm. Por que o ditado? Também não ficou claro. Eu conheço uma outra versão: “De barriga de grávida, bolsa de mulher e cabeça de juiz, ninguém sabe o que pode sair”. Dilma talvez tenha se mancado que não seria muito lisonjeiro com os meritíssimos…

Uma repórter pergunta à candidata do PT sobre o Mãe Paulistana, lembrando que Serra a acusou de copiar o seu projeto, o que é verdade. E o que disse Dilma Rousseff, a candidata do PT, aquela que pretende substituir Lula, o homem do “nunca antes na história destepaiz”? Isto:
“Esta mania de as pessoas se adonarem de projetos que estão em curso no Brasil é errado”!!!

A entrevista, até ali, era só engraçada. Aí ficou cínica. Como se sabe, Lula jamais “se adonou” de programas que outros lançaram… Não demora, e os petistas ainda vão dizer que criaram o Plano Real!!!

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