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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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DILMA E A CAMPANHA CHEIA DE ÉTICA NA INTERNET

Este senhor que vocês vêem acima, em foto de Mário Fernandes, da Agência Estado, é Marcelo Branco. Com aparência descolada, 17 anos nos modos e modas e sabe-se lá quantos de idade, ele foi apresentando ontem como o “estrategista de redes sociais” da campanha de Dilma Rousseff. Foi contratado pela tal agência Pepper Comunicação Interativa, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h36 - Publicado em 6 abr 2010, 07h15

marcelo-branco

Este senhor que vocês vêem acima, em foto de Mário Fernandes, da Agência Estado, é Marcelo Branco. Com aparência descolada, 17 anos nos modos e modas e sabe-se lá quantos de idade, ele foi apresentando ontem como o “estrategista de redes sociais” da campanha de Dilma Rousseff. Foi contratado pela tal agência Pepper Comunicação Interativa, aquela que já trabalha numa espécie de aparelho em Brasília. Uma das tarefas da equipe, revelou O Globo, é criar perfis falsos na Internet para enfrentar os “adversários”.

O grupo já inventou um site de mulheres que teriam aderido “espontaneamente” à candidatura da petista… Branco vai trabalhar com os americanos Scott Godstein e Joe Rospars, que cuidaram das “mídias sociais” da campanha de Barack Obama, e com Andrew Paryze, especialista em marketing digital da Blue State Digital. A empresa pertence a Bem Self, que coordenou o trabalho de Internet do então pré-candidato e depois candidato democrata à Presidência dos EUA. Como a gente nota, quando se trata de defender os pobres, os petistas não economizam riqueza.

Ah, sim: o novo “estrategista” do PT era diretor da Campus Party e ex-coordenador da Associação do Software Livre. Vocês sabem: no Brasil, é a coisa se dizer “livre” e logo se descobre que está… presa ao PT!!! Nenhuma surpresa nisso.

Branco concedeu ontem uma entrevista ao Estadão Online. Reproduzo dois trechos de sua fala:
“Nós não vamos trabalhar com a idéia de destruir reputações. Não é uma prática que vamos usar na campanha, nem a contratação de posts pagos. As pessoas que vão se envolver na campanha – independentemente de serem contratadas ou não – não estão sendo pagas para postar notícias favoráveis à candidatura.”

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“Se você pesquisar, vai ver que algumas candidaturas já têm indícios de estarem usando blogueiros conhecidos para destruir reputações. Mas não é o nosso caso. A coligação que apóia a Dilma tem à frente os dois maiores partidos políticos do Brasil que são o PT e o PMDB. Além disso, ela tem uma coligação de partidos de esquerda, que tem um caráter militante. Todos os militantes usam a internet de um jeito ou de outro. O nosso objetivo é de que esses militantes auxiliem na nossa estratégia de esclarecimento e de um debate político de alto nível na internet. Como somos do governo, a baixaria não pode ser uma linha que nos beneficia. Pelo contrário, nós temos muitas coisas boas para mostrar e comparar com o governo anterior, que representa o nosso adversário, que é o Serra.”

Que homem moderno! Se Schopenhauer o conhecesse, diria que ele tem cabelos longos e idéias curtas? É possível. Quem sai aos seus chefes não degenera o padrão do contratante. Que candidatura estaria “usando blogueiros para destruir reputações”? Estaria Branco falando se referindo a  Dilma Rousseff?  Ou vejamos.

Folha de São Paulo de 11 de março de 2010
O jornalista e empresário Luís Nassif mantém um contrato anual, fechado sem licitação, de R$ 1,28 milhão com a estatal EBC (Empresa Brasil de Comunicação), vinculada ao Palácio do Planalto e responsável pela TV Brasil.
A empresa de Nassif, Dinheiro Vivo Agência de Informações, produz um debate semanal, de uma hora, e cinco filmetes semanais de três minutos.
Do R$ 1,28 milhão do contrato, o jornalista fica com R$ 660 mil anuais a título de remuneração, o que equivale a salário de R$ 55 mil. Os pagamentos começaram em agosto. O programa estreou segunda-feira.
(…)
Os outros R$ 558 mil do contrato são destinados ao pagamento de uma equipe de nove pessoas e à compra de equipamentos. A gravação do debate é feita no estúdio da EBC, que também custeia deslocamento e hospedagem de convidados.
Em seu blog, Nassif tem se posicionado a favor do governo em várias polêmicas, discussões e escândalos. A página também se caracteriza por críticas a jornais e jornalistas.

Jornal O Globo de 5 de abril de 2010 traz notícia envolvendo outro “conhecido” blogueiro lulista:
O canal estatal TV Brasil – da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) – assinou em 10 de fevereiro um aditivo de contrato de R$ 494.734,36 para produzir mais seis episódios do programa “Nova África”. O semanal, produzido pela paulista Baboon, é dirigido pelos jornalistas Luiz Carlos Azenha e Henry Daniel Ajl. Os capítulos adicionais elevaram para quase R$ 2,6 milhões o valor total do contrato.
A contratação da Baboon foi feita por licitação em outubro de 2008 e participaram do processo 13 produtoras, do Rio, de São Paulo e de Brasília. Segundo o edital, o objetivo era produzir uma série de programas jornalísticos especiais para televisão intitulada “Revista África”, com 26 episódios de 27 minutos cada. O preço estimado pela EBC – que funcionou como teto na disputa – foi de R$ 2,214 milhões.
(…)
No último dia 10 de fevereiro, a EBC assinou um aditivo de contrato de quase R$ 500 mil para esticar o “Nova África” para 32 episódios. Os termos começarão a valer no próximo 14 de abril e se encerrará em 12 de julho.
A diretora de Jornalismo da EBC, Helena Chagas, reiterou que a seleção da produtora foi feita por licitação, por quesitos técnico e de preço e baseada na Lei 8.666, em processo que durou nove meses. Os profissionais contratados pela Baboon são de responsabilidade da produtora, salientou.
Helena afirmou ainda que o “Nova África” é um dos programas mais assistidos da TV Brasil.
(…)

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Helena Chagas é uma pessoa de humor, né? O que há de querer dizer “um dos programas mais assistidos da TV Brasil”??? Talvez o verbo esteja mesmo naquele sentido em que pode ser transitivo direto e, pois, empregado na voz passiva: trata-se de um dos programas que mais recebem “assistência” na emissora. Já o verbo “assistir” como transitivo indireto, no sentido de ver, não tem como ser conjugado por lá. Afinal, ninguém assiste À TV Brasil, embora uma grana preta assista A TV Brasil!!!

Quando Marcelo Branco quiser falar com “destruidores de reputações”, ele sabe quem procurar. Um outro, aquele da botinha cor-de-rosa, contava com anúncio da Caixa Econômica Federal até outro dia.

Sem dúvida, os petistas têm tudo para fazer um debate maiúsculo na Internet.

Por favor: evitem fulanização nos comentários.  Preferível fazê-los sem  citar personagens. Comentem o tema em si: a campanha na Internet. Não forneçam pretexto para aqueles que querem posar (Emir Sader escreveria “pousar”) de vítimas.

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