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Daniela Mercury tem “esposa” e também criticou Feliciano. Então tá!

Daniela Mercury se casou com a jornalista Malu Verçosa, a quem chamou de “esposa”. O anúncio foi feito pelas redes sociais. Deve ser coisa importante — ou não seria notícia no Jornal Nacional. “Esposa”… Engraçado esse termo. Na primeira vez em que chefiei uma redação, há mais de 25 anos, eu o proibi — a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h33 - Publicado em 3 abr 2013, 23h11
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  • Daniela Mercury se casou com a jornalista Malu Verçosa, a quem chamou de “esposa”. O anúncio foi feito pelas redes sociais. Deve ser coisa importante — ou não seria notícia no Jornal Nacional.

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    “Esposa”… Engraçado esse termo. Na primeira vez em que chefiei uma redação, há mais de 25 anos, eu o proibi — a não ser como referência irônica. Eu perguntava então: “Quem consegue se deitar com uma esposa”? Neste jornal, a gente vai escrever ‘marido’ e ‘mulher’, nunca ‘esposa’ e ‘esposo’”. Noto,  no entanto, que alguns áreas da militância gay parecem ter certa nostalgia da família tradicional, ainda que sejam, por definição, uma desafio à tradição, né? Percebo uma certa compulsão para brincar de casinha.

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    Não estou tentando ser irônico, não. Apenas constato certo apelo regressivo no que parece ser, assim, tão vanguardista. Defendo há muito tempo a união civil — embora alguns idiotas façam questão de ignorar esse dado objetivo porque, assim, podem babar o seu rancor —, mas acho estranha essa fixação no “casamento”. Fica no ar uma tentação de “como nossos pais”, só que de homem com homem e mulher com mulher. Ainda que pudesse e que não tivesse sido vítima de uma legislação estúpida, será que Oscar Wilde teria se casado com aquele tontinho do Lorde Douglas? E Proust reivindicando “casamento”? Ou André Gide?

    Que se casem quantos queriam se casar, é o que penso. Não apoio é que hordas fascistoides tentem meter o pé na porta da legalidade para impor o seu ponto de vista e que convertam o discurso da tolerância em violência. Não aceito é que se recrie no país o delito de opinião. No que concerne a Daniela, desejo felicidades na união com a sua “esposa”, bastando-me que não me obriguem a ouvir axé e a tirar “o pééé do chãããooo”.

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    Fiquei sabendo pelo Jornal Nacional que ela criticou o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Então tá! Doravante, gays e progressistas devem criticar Feliciano ao comprar um Chicabon, ao informar as horas, ao dizer um simples “bom dia!”… Essa passou a ser a única clivagem realmente relevante da política brasileira, da sociedade brasileira, da vida brasileira. Só isso nos desune…

    Até o “progressismo” brasileiro consegue ser cafona e retrô!

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