Caso Varig 6 – Senado convoca Teixeira e ex-sócios da empresa
Por João Domingos, no Estadão:O advogado Roberto Teixeira e os sócios brasileiros da VarigLog Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo terão de prestar esclarecimentos ao Senado sobre a denúncia de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, favoreceu a companhia na compra da Varig, em 2006.O requerimento de convite para que […]
O advogado Roberto Teixeira e os sócios brasileiros da VarigLog Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo terão de prestar esclarecimentos ao Senado sobre a denúncia de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, favoreceu a companhia na compra da Varig, em 2006.
O requerimento de convite para que eles deponham na Comissão de Infra-Estrutura do Senado no dia 18 foi negociado entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR).
Teixeira, que é compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é advogado da VarigLog. Segundo a denúncia, sua influência no Palácio do Planalto teria sido decisiva para o êxito da operação de venda da Varig.
Em entrevista ao Estado, na semana passada, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu acusou Dilma de pressionar a agência a aprovar a composição acionária da VarigLog, o que abriu caminho para a empresa comprar a Varig.
Entre os sócios da VarigLog está o Fundo Matlin Patterson, dos Estados Unidos, representado na operação pelo empresário Lap Chan, hoje brigado com os sócios brasileiros, e de quem Teixeira é advogado.
Com a aprovação da compra da VarigLog pelo Matlin, em 2006, a Varig foi comprada, em leilão judicial, por U$ 24 milhões. Em março do ano seguinte, a Varig foi vendida para a Gol Transportes Aéreos, pelo preço de R$ 320 milhões.
A operação foi tão comemorada que os compradores foram pessoalmente ao presidente Lula fazer a comunicação. Além de Nenê Constantino e seu filho Constantino Jr, donos da Gol, o advogado Roberto Teixeira fez-se presente no Palácio do Planalto.
Trata-se de uma das negociações milionárias mais obscuras da história recente do País. Tanto é que, em abril, a Justiça Estadual de São Paulo, que viu na operação “indícios de ilícitos civis e criminais, inclusive crime de quadrilha”, solicitou que o Ministério Público Federal apurasse a possibilidade de os sócios brasileiros serem laranjas do Matlin Patterson. Também foi determinada a investigação sobre a participação de Teixeira nas operações.