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Cármen e os Três Poderes. Ou: A última bolacha do pacote

Num gesto de grosseria inédito, ministra usa homenagem a Teori para desconvidar chefes dos outros Poderes para abertura do Ano Judiciário

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h03 - Publicado em 1 fev 2017, 10h40
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  • Lá vou eu, não é?, a desafiar a histeria, colhendo ainda mais reações histéricas.

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    O que eu espero das autoridades constituídas? Que respeitem as instituições. Mais: pessoas ocupam posições na República, mas as posições não são as pessoas. Assim, estas passam, entram para a história ou somem no ralo, aquelas ficam.

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    O ordenamento institucional prevê que o Ano Judiciário tenha início com uma sessão solene, a que comparecem os chefes dos Três Poderes: o presidente do Supremo, o presidente da República e os respectivos presidentes da Câmara e do Senado.

    Cármen Lúcia houve por bem mudar isso de maneira absolutamente injustificável. Ela simplesmente desconvidou o presidente Michel Temer, o deputado Rodrigo Maia e o senador Renan Calheiros. Alegação? Pois não… Como a sessão do Supremo será marcada por homenagens ao ministro Teori Zavascki, então a cerimônia tradicional ficaria imprópria.

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    Trata-se de um despropósito e de uma desculpa esfarrapada. Ora, eis mais um motivo para que os Três Poderes constituídos estejam presentes. A decisão de Cármen é grosseira, desrespeitosa e, lamento dizer, demagógica.

    A ministra deveria revelar a real razão por que escolheu esse caminho. Nada tem a ver com as homenagens a Teori. Parece que, na Presidência do Supremo, ela se sente pura demais para aparecer ao lado de políticos. Então não foi assim até no velório de Teori? Deu um jeito, toda a imprensa noticiou, de não cruzar com Temer no local.

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    Cármen pode detestar Temer.

    Cármen pode detestar Maia.

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    Cármen pode detestar Calheiros.

    Mas a presidente do Supremo deve respeito institucional ao presidente da República e aos respectivos presidentes da Câmara e do Senado. E não se viu isso.

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    É a velha história… Quer realmente conhecer a natureza profunda de um indivíduo? Ora, basta que se lhe dê um pouco de poder. Quando o poder é grande…

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    Pois é… Acho que Cármen Lúcia, mais uma vez, joga para a torcida. Reitero: pouco importa o que ela pense sobre as personagens, não é mesmo? A ministra deve subordinação é ao ordenamento do estado brasileiro.

    Prima do petista

    De resto, vamos dizer tudo. Ninguém chega a ministro do Supremo sem articulação política e sem falar com os políticos. E isso também vale para Cármen, que deve sua indicação ao ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence, cuja simpatia pelo PT sempre foi explícita. Era também um interlocutor de Lula.

    Logo, a ministra também tem suas afinidades, suas relações, seu círculo de influência… Mais: fez o trabalho que faz todo indicado. Foi conversar com os senadores, pedindo respeitosamente seu voto. E sem nojinho.

    Olhem aqui: autoridades constituídas na abertura do Ano Judiciário, ainda que, entre elas estivessem investigados e réus, seria uma demonstração de força das instituições, não de fraqueza. Corresponderia a dizer: “Podemos repudiar os faltosos, mas respeitamos o lugar institucional que ocupam”.

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    Mas, para tanto, o presidente do Poder Judiciário tem de estar mais preocupado com as instituições do que em administrar a própria reputação nas mídias sociais.

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