Caos garantido: só renúncia seria mais rápida que cassação no TSE
O julgamento no tribunal eleitoral nada tem a ver com as últimas revelações, mas está posto que não vai se dar no vácuo
O Tribunal Superior Eleitoral recomeça no dia 6 o julgamento da chapa que elegeu Dilma-Temer. Há sessões marcadas para os dias 7 e 8.
Será um desastre — e uma pena — se o delicado equilíbrio, que só Michel Temer consegue imprimir, for rompido. No domingo, a Folha publicou as respectivas opiniões de 12 colunistas sobre o governo. Sou um deles.
Na hora de apontar em que Temer foi mal, escrevi: “O presidente não cometeu erros”. Esta ou aquela ações não saíram como deveriam? Bem, não se governa sozinho, certo? O Congresso existe. É quem faz as reformas.
A economia está em recuperação, sim, mas é sabido que tudo pode desandar. Estamos ainda no ensaio. O que virá? Seria uma bênção se esse vazamento contra Michel Temer não correspondesse à verdade, e o país seguisse seu rumo. Mas…
Faltam precisamente 18 dias para a retomada do julgamento da chapa no TSE. Os eventos de agora em nada interferem naquela decisão. Mas não é menos evidente que o tribunal pode resolver ele mesmo abreviar as incertezas a depender da temperatura política.
No caso de uma crise aguda, a única solução mais rápida do que o TSE poderia ser uma renúncia, que é ato unilateral.
Ah, sim: cassação pelo TSE ou renúncia resolveria o quê? Nada! O abismo continua bem próximo.