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ATÉ INDÚSTRIA DE BASE APONTA ABSURDO NO ALOPRADO PROGRAMA DOS DIREITOS HUMANOS

O tal Programa Nacional dos Direitos Humanos é de tal sorte aloprado, que até uma entidade como a Abdib – Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base – teve de vir a público, por meio de uma nota, para contestar uma de suas diretrizes. O texto é assinado por Paulo Godoy, presidente da entidade. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h07 - Publicado em 12 jan 2010, 17h50

O tal Programa Nacional dos Direitos Humanos é de tal sorte aloprado, que até uma entidade como a Abdib – Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base – teve de vir a público, por meio de uma nota, para contestar uma de suas diretrizes. O texto é assinado por Paulo Godoy, presidente da entidade. Leiam. Volto em seguida.

O Plano Nacional de Direitos Humanos, lançado em dezembro pelo governo federal, sugere que as centrais sindicais façam parte do processo de licenciamento ambiental de obras que tenham comprovado impacto ambiental. Mesmo que tenha a intenção de promover a saúde do trabalhador, a inclusão de mais um ator no já demorado processo de licenciamento ambiental é um retrocesso, principalmente porque já há outras instâncias e leis que já se propõem a promovê-la.

A sugestão inserida agora no plano de direitos humanos é uma cópia de uma portaria conjunta do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ibama (nº 259), publicada no Diário Oficial da União no dia 10 de agosto de 2009. Por meio dela, centrais sindicais ganhariam o direito de opinar no processo de licenciamento ambiental.

O documento determina que o Estudo de Impacto Ambiental e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental incluam um capítulo específico para tratar de alternativas tecnológicas limpas para os trabalhadores dos empreendimentos, Obriga, ainda, o desenvolvimento de programa específico de segurança, meio ambiente e saúde do trabalhador vinculado ao Programa Básico Ambiental, que ainda deverá ser submetido, pelo Ibama, às centrais sindicais.

Do ponto de vista jurídico, a portaria suscita questionamentos referentes à constitucionalidade do tema. Já é, inclusive, objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), impetrada pelo partido político Democratas (DEM).

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Do ponto de vista técnico, a atribuição concedida às centrais sindicais, além de privilegiar um novo agente no processo, segue na contramão de um pacote de medidas lançado em julho de 2008 pelo MMA, com o objetivo de tornar mais ágil o processo de aprovação de licenças ambientais e de reduzir prazos e etapas no processo, com o objetivo de desburocratizá-lo.

A defesa dos direitos dos trabalhadores é garantida por diversos estatutos e leis e suas atividades são reguladas pelas normas trabalhistas, que zelam por um ambiente de trabalho adequado e salutar, não cabendo, portanto, ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama, atuarem sobre esta matéria. O próprio processo de licenciamento ambiental contempla diversos desses assuntos por meio das audiências públicas. Incluir tal matéria no Plano Nacional de Direitos Humanos coloca em dúvida os seus reais propósitos e amplia a contestação de inconstitucionalidade do que se pretende impor.

A inclusão desse novo ator no já demorado processo de licenciamento ambiental cria mais obstáculos e conflitos, pois insere mais um balcão para o empreendedor ter de obter aval e pareceres. Justamente em um momento em que o setor produtivo e as instituições públicas analisam formas de tornar o sistema de licenciamento ambiental mais ágil e eficaz, é difícil entender a razão para inserir um novo agente, sem conhecimento específico sobre o assunto, no meio deste tema. O processo de licenciamento ambiental precisa se desenvolver em bases técnicas e não políticas. Esta medida, ao contrário, politiza ainda mais a questão e cria atribuições para entidades privadas sem amparo na constituição do País.

Comento
Aí os tontos de plantão protestam: “Oh, estão contra a saúde do trabalhador!!!” Pura vigarice! Aquilo que o plano diz querer preservar ou garantir já é garantido e preservado por outros códigos. O que se vê aí é só a República Sindical se aproveitando para ocupar mais espaço, criando, como sempre, dificuldades para vender facilidades.

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