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Reinaldo Azevedo

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Ainda os gays e o Exército

Você é a favor de células-tronco?Você e a favor da natureza?Você é a favor do colesterol?Você é a favor do bacon?Você é a favor da Lei da Gravidade? A questão da hora, de muitos leitores, alguns um tanto raivosos porque afirmei que o Exército foi vítima do casal se soldados, é esta: “Você é contra […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h24 - Publicado em 5 jun 2008, 20h57
Você é a favor de células-tronco?
Você e a favor da natureza?
Você é a favor do colesterol?
Você é a favor do bacon?
Você é a favor da Lei da Gravidade?

A questão da hora, de muitos leitores, alguns um tanto raivosos porque afirmei que o Exército foi vítima do casal se soldados, é esta: “Você é contra o casamento gay? Não é um direito civil?”

Casamento, casamento mesmo? De véu e grinalda? Acho que não ficaria bem. Digam-me uma coisa: o que impede hoje duas pessoas de firmarem um contrato, tenham elas o sexo que for? É só ir ao cartório. “Ah, mas você é contra ou a favor?” Ora, eu sou favorável à sociedade do contrato. Cada um faça o que quiser da sua própria vida. Mas atenção: quem escolhe — e é escolha — pertencer a uma corporação sabe que tem de dançar conforme uma música previamente definida.

Esses dois sargentos, estimulados pelos promotores de causas, estão fazendo uma lambança danada. Um deles parece estar cheio de problemas psicológicos, e há a sugestão de que a culpa é do Exército ou da repressão da sociedade, sei lá eu. Ambos estão reforçando apenas o estereótipo do “homossexual com problemas”, do “desajustado”, do “criador de caso”, misturando condição sexual — já que isso não é “opção” e jamais será — com doença.

Ouso dizer que, longe de contribuírem para a diminuição do preconceito, estão é fazendo o contrário.

Já defendi aqui, para escândalo de alguns, que homossexuais em união estável adotem crianças, desde que sejam pessoas com condição psicológica, social e financeira adequada — e o mesmo se deve exigir de casais heterossexuais. O comportamento dos pais ou mães adotivos influenciará a sexualidade da criança? Não. Há o risco de um estresse ou outro na escola ou na adolescência? Sim. Poderia ser pragmático e dizer: “Pior é ficar no orfanato, sem família”. Mas vou além do pragmatismo: famílias, todas elas, têm problemas. Enfrentá-los — e superá-los — faz parte do crescimento e do processo de formação do indivíduo.

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Isso que estou dizendo nada tem a ver com esse espalhafato, com essa tática espalha-brasa, com esses fricotes militantes. Esses dois foram muito além do razoável e do aceitável. Não porque são gays, mas porque são escancaradamente indisciplinados para ser soldados de qualquer Exército do mundo. As Forças Armadas brasileiras, sem alarde, seguem a regra vigente hoje nos EUA e em boa parte das democracias no que concerne à sexualidade: “Não pergunte, não diga”. Acontece que a Força cumpre a sua parte, que é não perguntar. Mas há hoje essa militância “identitarista” que insiste em “dizer”.

Ora, na vida civil, vá lá… Se as pessoas, no entanto, estão abrigadas por um código de conduta, aí é preciso obedecer. Ou cair fora. Ninguém obriga aquele soldado a permanecer no Exército, um ambiente que ele considera que lhe é hostil.

Reitero: o Exército Brasileiro foi vítima de uma falseta.

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