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A violência, o que dizem os números e a grande falácia. Ou: O que o IPEA e a Viva Rio querem provar?

No post abaixo, vocês veem que o IPEA fez um estudo sobre o impacto do Estatuto do Desarmamento na queda da venda de armas. E, tudo indica, forçou a mão para encontrar o que procurava. Caiu 35% entre 2003 e 2009. Não conheço a base de dados. Não sei se o estudo trata da venda […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h34 - Publicado em 1 abr 2013, 17h21
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  • No post abaixo, vocês veem que o IPEA fez um estudo sobre o impacto do Estatuto do Desarmamento na queda da venda de armas. E, tudo indica, forçou a mão para encontrar o que procurava. Caiu 35% entre 2003 e 2009. Não conheço a base de dados. Não sei se o estudo trata da venda legal de armas, com os devidos registros. Digamos que seja assim e que o Ipea trabalhe com as informações as mais rigorosas.

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    A queda da venda de armas, em si mesma, não é coisa boa nem coisa má, certo? O que nos interessa é o seu efeito, o seu desdobramento. O Brasil tem um estudo sério sobre a violência no Brasil. Trata-se do Mapa da Violência. Vamos ver o que aconteceu com os homicídios por 100 mil habitantes no país entre 2000 e 2010. Notem que vocês podem comparar os dados de referência usados pelo IPEA: 2003-2009:

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    Viram? A queda no número de homicídios no país foi ridícula: de 28,9 por 100 mil entre 2003 para 27 por 100 mil em 2009. E essa queda foi garantida por estados como São Paulo e Rio. Como o estatuto vigora no país inteiro, não apenas nessas estados, políticas locais de segurança devem ter feito a diferença, ou o desarmamento teria tido um efeito positivo generalizado. Ocorre que os dados apontam na direção inversa.

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    O Mapa da Violência, diga-se, tem um estudo específico sobre morte por armas de fogo. Vejam o quadro.

     

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    Como se nota, cresceu entre 2003 e 2009 a taxa de mortes por armas de fogo por 100 mil habitantes em 17 das 27 unidades da federação. Quedas significativas nessa modalidade só, de novo, em São Paulo e no Rio.

    Mas não só. Aumentou a participação de mortes por armas de fogo no total de homicídios. Em 2003, com efeito, tem-se um pico, há uma queda e, depois, a curva volta a subir. Vejam:

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    Que importância tem isso?
    “Que importância tem isso, Reinaldo?” A importância dos fatos. O Brasil continua a ser um dos campeões mundiais da violência e um dos países em que mais se mata no mundo.

    A política oficial se apega à falácia de que basta “desarmar” a sociedade para diminuir drasticamente essas ocorrências. Os fatos demonstram, então, que não.

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    A única conclusão razoável desse estudo do IPEA e da ONG Viva Rio (e eles não chegam lá, claro!) é que a queda acentuada na venda de armas não concorreu para a diminuição dos homicídios e, particularmente, dos homicídios praticados com armas de fogo. Ao contrário: a sua participação no total de ocorrências cresceu.

    Isso sugere que o desarmamento, da forma como se tenta promover no país, é irrelevante. A razão é simples: raramente os não bandidos matam — acontece, sim, mas é exceção. O desarmamento, por óbvio, não desarma o crime.

    Se queremos diminuir a violência e a taxa de homicídios, não será com essa conversa mole de ongueiro paz e amor. É preciso política eficiente na investigação e na repressão. E também é preciso pôr um fim à impunidade.

    O resto é conversa de gente que aplaude o pôr do sol. Não que ele não mereça aplauso por cumprir a sua belíssima rotina. Mas não resolve o problema da violência. Há números e estudos provando que não.

    O Ipea e a Viva Rio, quando confrontados com os fatos, encontraram o contrário do que procuravam. Mas vendem gato por lebre.

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