A nova face da Petrobras
Na VEJA Online: A Petrobras divulgou comunicado informando que o presidente do conselho de administração da estatal, Guido Mantega, encaminhará como proposta a ser apreciada na próxima reunião, em 9 de fevereiro, a indicação da atual diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Silva Foster (foto), para presidir a empresa. Dentro da Petrobras, a […]
Na VEJA Online:
A Petrobras divulgou comunicado informando que o presidente do conselho de administração da estatal, Guido Mantega, encaminhará como proposta a ser apreciada na próxima reunião, em 9 de fevereiro, a indicação da atual diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Silva Foster (foto), para presidir a empresa. Dentro da Petrobras, a executiva é chamada de Graça.
A notícia de que o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, deixaria o cargo em fevereiro foi divulgada na noite do último sábado. A informação havia sido publicada pelo deputado Paulo Teixeira (SP), que é líder do PT na Câmara, em seu perfil na rede de microblogs Twitter. De acordo com uma fonte ligada ao PT, a demissão de Gabrielli já estava “programada” e não causou surpresa.
Segundo informações da Reuters, Gabrielli pode não ser o único executivo a deixar a diretoria da estatal. Uma fonte do governo federal afirmou que a presidente Dilma também estuda a substituição dos diretores financeiro, Almir Barbassa, e de Exploração e Produção, Guilherme Estrella. Segundo a fonte, as mudanças na diretoria estariam restritas a esses postos.
Ao gosto de Dilma
A notícia é uma vitória de Dilma Rousseff. Conforme noticiado pela coluna Radar de VEJA, a presidente vinha articulando a saída do executivo da companhia, mas esbarrava no ex-presidente Lula (padrinho de Gabrielli). Graça Foster, por sua vez, é próxima à presidente, tanto que seu nome chegou a ser cogitado para assumir um ministério ou o próprio comando da Petrobras quando Dilma tomou posse no cargo, no início do ano passado.
A informação da troca de comando na Petrobras também circulou na televisão na noite de sábado. O canal Globo News veiculou a notícia de que o presidente da Petrobras teria aceitado renunciar ao cargo.
Surpresa
De acordo com a agência de notícias Reuters, a informação pegou de surpresa autoridades do governo e executivos da própria Petrobras, que disseram não ter informações sobre o assunto. Na última reunião ordinária do conselho da estatal, que ocorreu nesta sexta-feira, o assuntou não constava na pauta, disse uma fonte da Petrobras. “Para que ocorra uma mudança no comando da empresa é preciso uma decisão do conselho, o que ainda não aconteceu. Então, será necessário convocar uma reunião extraordinária”, disse a fonte.
Outra fonte, desta vez do governo, confirmou à Reuters que Graça Foster esteve na sexta-feira no Palácio do Planalto, mas acrescentou que não tinha conhecimento da decisão. Outro interlocutor que acompanha de perto os bastidores da Petrobras disse que a saída de Gabrielli era tida apenas como uma questão de tempo. A notícia de que a decisão já teria sido tomada e que a troca na presidência ocorreria em fevereiro surpreendeu, entretanto, essa fonte.
Integrantes do governo e também da estatal confirmaram que, nos últimos dias, com a proximidade da reforma ministerial, os boatos sobre a saída de Gabrielli ganharam força.
Aspirações políticas
Gabrielli deverá deixar o cargo em fevereiro para seguir carreira política na Bahia. Integrantes do partido avaliam que a decisão de Gabrielli de deixar a estatal é fruto da pressão da presidente Dilma Rousseff e do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que convenceu o executivo a trocar a estatal pela política. “Jaques estava insistindo para que ele disputasse o governo estadual em 2014″, disse um petista, sob condição de anonimato.
Até as eleições, Gabrielli deverá ocupar uma secretaria do governo baiano, provavelmente da área econômica. A carreira política do presidente da Petrobras, no entanto, não será fácil. Ele terá de enfrentar pretensões políticas de outros petistas – entre eles, o senador Walter Pinheiro (PT-BA), também cotado para disputar o governo da Bahia em 2014. “Não há consenso sobre o nome de Gabrielli e isso não será tranquilo de se resolver”, garante um petista.