A história da doação de campanha de aliado de Dantas a membros da CPI
Por Rubens Valente, na Folha. Volto depois:O presidente da CPI dos Grampos, o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), que anteontem indeferiu o pedido do delegado Protógenes Queiroz para adiar seu depoimento na comissão, recebeu, em 2006, R$ 10 mil em doação eleitoral do executivo Dório Ferman, que aparece nos registros oficiais como o dono do banco […]
Por Rubens Valente, na Folha. Volto depois:O presidente da CPI dos Grampos, o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), que anteontem indeferiu o pedido do delegado Protógenes Queiroz para adiar seu depoimento na comissão, recebeu, em 2006, R$ 10 mil em doação eleitoral do executivo Dório Ferman, que aparece nos registros oficiais como o dono do banco Opportunity, de Daniel Dantas.
Preso pela Polícia Federal, Ferman foi indiciado por Protógenes no relatório final da Operação Satiagraha sob acusação de gestão fraudulenta.
A campanha eleitoral de outro ativo integrante da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), suplente da comissão, também recebeu R$ 4.000 de Ferman. Jungmann afirmou que a doação ocorreu durante um jantar de apoio à sua candidatura promovido pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga para reunir “amigos ligados a corretoras de valores e mercado financeiro”.
Braço direito de Daniel Dantas, Ferman é dono de 99% das cotas do Opportunity. Para a PF, trata-se de um testa-de-ferro de Dantas -dos registros oficiais, Dantas não consta como dono do banco. Ferman também aparece como sócio-proprietário da empresa Opportunity Lógica Gestão de Recursos Ltda. e passou a dirigir, em fevereiro deste ano, um novo fundo internacional criado pelo Opportunity.
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Comento
Ontem, os blogs dos subjornalistas que forneceram a Protógenes algumas metáforas para seu relatório aloprado pareciam pardalocas desesperadas: “Olhem lá, Dantas também comprou a CPI… Até o Jungmann…” Quer dizer que Itagiba foi comprado por R$ 10 mil, e Jungmann, por R$ 4 mil? Não, nada de errado com a reportagem de Rubens Valente, mas convenham: há alguma grande empresa privada que fique fora de financiamento de campanha? E não seria diferente com o Opportunity. Ademias, alguém que quer esconder doação registra-a em cartório?
Mas a turma do delírio não quer nem saber. Ontem, já associava a defesa que Jungmann faz de uma lei contra o abuso de autoridade à doação que recebeu do amigo de Dantas: fabulosos R$ 4 mil!!! É caso de internação.