Entre julho e setembro deste ano, o resultado da Caixa Econômica Federal na sua principal atividade, a intermediação financeira, foi cerca de R$ 800 milhões menor do que a média registrada nos períodos anteriores, e o banco controlado pela União se valeu de receitas com Imposto de Renda e contribuição social para evitar registrar prejuízo no trimestre.
No balanço divulgado em novembro, a instituição registrou lucro de R$ 63 milhões no terceiro trimestre, o pior desempenho entre os grandes grupos financeiros do país.
Levantamento feito por especialistas em análise de balanço a pedido da Folha mostra que o resultado poderia ter sido ainda pior se a Caixa tivesse contabilizado como despesa o valor correspondente ao Imposto de Renda e contribuição social registrado como receita. Foi isso o que fizeram o Banco do Brasil e outras instituições no período -e a própria Caixa nos balancetes anteriores.
Cálculos do analista da Austing Rating Luis Miguel Santacreu apontam que o prejuízo seria de até R$ 40 milhões, num cenário extremo em que a Caixa não tivesse nenhum crédito para compensar ou estornar no trimestre. O saldo também considera a despesa de R$ 167,548 milhões referente à participação dos empregados no resultado do ano lançada pela instituição no balanço.
Uma avaliação mais conservadora feita pela analista Ariadne Arnosti, do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração), aponta um resultado negativo de cerca de R$ 540 mil. A estimativa toma como base a participação desses gastos com imposto e contribuição no resultado do banco nos exercícios anteriores.
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