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A barata carne preta e pobre. Ou: O silêncio intelectualmente criminoso da OAB

Quando pobre resolve ser o Robespierre de pobre num presídio infecto do Maranhão, a OAB não tá nem aí, não dá a mínima, dá de ombros, olha para o outro lado. ONGs que se dizem especializadas em direitos humanos — a maioria se dedica mesmo é ao proselitismo ideológico e vive pendurada nas tetas do governo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h42 - Publicado em 8 jan 2014, 14h13
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  • Quando pobre resolve ser o Robespierre de pobre num presídio infecto do Maranhão, a OAB não tá nem aí, não dá a mínima, dá de ombros, olha para o outro lado. ONGs que se dizem especializadas em direitos humanos — a maioria se dedica mesmo é ao proselitismo ideológico e vive pendurada nas tetas do governo — também se calam. São humanistas de fachada.

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    No caso da OAB, a coisa é mais grave. O Painel da Folha desta quarta informa que Marcos Vinícius Coelho, presidente da entidade, foi advogado da governadora Roseana Sarney (PMDB) no TSE. Contam-me que a relação entre ambos é de amizade mesmo — e não há mal nenhum nisso. O que é politicamente criminoso — só politicamente, viu, doutor? — é o silêncio a respeito da barbárie.

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    E vejam vocês quem silencia! A OAB foi a entidade mais saliente na defesa dos delinquentes fantasiados de “black blocs”. Vagabundos mascarados que saíam às ruas para depredar prédios públicos e privados, para incendiar, para quebrar, para enfrentar a polícia no muque, bem, estes sempre tinham, especialmente no Rio, um advogado da OAB a tiracolo.

    Onde está Wadih Damous, presidente do Conselho de Direitos Humanos da entidade? Sim, no Facebook e em sites ligados à área jurídica, ele andou classificando as ocorrências de inaceitáveis; chamou tudo aquilo de “barbárie”. Correto. Mas só isso? Comparem a saliência no doutor na defesa dos black blocs com a discrição de agora.

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    Há muitos anos, como sabem os leitores mais antigos, afirmo que a má consciência dita “progressista” no Brasil distingue dois tipos de agressão aos direitos humanos: as praticadas contra pessoas com pedigree ideológico e as praticadas contra homens comuns, que não tem o “selo de qualidade militante”.

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    Se o sujeito é ligado a algum ente de esquerda, a algum grupo militante, a algum dito “movimento social”, então tudo lhe é permitido. Chama-se “agressão” até mesmo a justa repressão ao crime que eventualmente pratique. Se, no entanto, é apenas um homem comum — ou, se quiserem, um bandido comum —, aí ninguém dá a menor pelota. Num outro post, tratarei com mais vagar dessa impostura.

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    De fato, o que se passa no Maranhão nem chega a ser novo, nem chega a ser inédito. Numa rebelião no mesmo complexo de Pedrinhas, em 2011, nada menos de 14 presos foram decapitados; outros morreram em razão de mutilações várias. A novidade, desta feita, é que um vídeo veio a público. E se pôde ter, então, clareza, digamos, empírica do horror.

    A OAB está ocupada
    Entendo. A OAB está muito ocupada, não é mesmo? No momento, está tentando proibir o financiamento privado de campanha, num esforço — espero que involuntário — para jogar o sistema político brasileiro na clandestinidade. Não tem tempo para — lá vou eu a citar quem me detesta — “pretos de tão pobres e pobres de tão pretos” que decapitam os de sua própria espécie.

    Se são iguais, eles que se entendam, certo? A boa má consciência progressista não tem nada com isso.

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