Assine VEJA por R$2,00/semana
Reinaldo Azevedo Por Blog Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

“Plano de Proteção ao Emprego”: Dilmãe vira a Dilmadrasta da Branca de Neve. Ou: Novilíngua orwelliana

Que coisa, hein? Dilma Rousseff, que prometeu na campanha eleitoral que, em seu segundo mandato, o Brasil daria início a um novo ciclo de desenvolvimento, assinou nesta segunda uma Medida Provisória que permite a redução de 30% na jornada de trabalho e nos salários. O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), no entanto, vai compensar […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h59 - Publicado em 7 jul 2015, 08h08
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Que coisa, hein? Dilma Rousseff, que prometeu na campanha eleitoral que, em seu segundo mandato, o Brasil daria início a um novo ciclo de desenvolvimento, assinou nesta segunda uma Medida Provisória que permite a redução de 30% na jornada de trabalho e nos salários. O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), no entanto, vai compensar metade da perda de renda do assalariado, desde que esse valor não ultrapasse R$ 900,84.

    Publicidade

    Assim, quem ganha até R$ 6 mil vai trabalhar 30% menos, mas terá uma redução de apenas 15% no salário. A partir de R$ 6 mil, a redução passa a ser maior de 15%. Quem ganhar R$ 8 mil, por exemplo, terá descontados os 30%, o que resultará em R$ 5.600. O FAT vai reembolsá-lo em R$ 900,84. O salário total será, então, de R$ 6.500,84. Nesse caso, a perda será de 18,74%. A partir de R$ 6 mil, quanto maior o salário, maior o percentual descontado.

    Publicidade

    O governo chegou a essa fórmula depois de conversar com empresários e com centrais sindicais. É claro que há certas condições. Os trabalhadores poderão ter o salário reduzido por seis meses, renováveis por mais seis. As empresas que aderirem ao programa ficam proibidas de demitir no período. Terminada a fase, o empregado que aderiu à redução não poderá ser dispensado por um prazo correspondente a um terço do tempo da adesão. O objetivo, é evidente, é conter a marcha do desemprego, que tem surpreendido até os mais pessimistas.

    Ainda que um programa como esse se faça de modo pactuado, é claro que se está diante de um retrato do que a gestão petista provocou no país. É certo que, para o trabalhador, tomado individualmente, é melhor o emprego com uma renda menor do que o desemprego. Para a economia, tanto faz. O que se vai ter é menos dinheiro circulando, o que ajuda a aprofundar a recessão. O Natal de 2015 não será um daqueles de que o trabalhador sentirá saudade.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Para aderir ao programa, a empresa precisa provar que está sendo afetada pela crise e que não se trata ou de má gestão ou, sabe-se lá, de uma forma de cortar custos. O governo calcula que, num cenário de 50 mil adesões, os cofres públicos podem economizar até R$ 68 milhões porque seria mais barato arcar com as compensações do que com o seguro-desemprego, por exemplo.

    O nome da medida vem vazado em novilíngua orwelliana: poderia se chamar PRSJ — Programa de Redução de Jornada e Salário —, mas aí ficaria ruim, né? Então, ironicamente, recebeu o apelido de PPE: Programa de Proteção ao Emprego.

    Publicidade

    Uma redução na renda de, no mínimo, 15% é uma pancada e tanto. Se o programa der certo, o feito ficará colado à biografia de Dilma. Por mais que o trabalhador considere, sim, que é melhor isso ao desemprego, vai associar o período em que ficou mais pobre ao governo daquela que prometeu ser a Dilmãe e entrará para a história como a Dilmadrasta da Branca de Neve.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.