Se Bolsonaro ouvisse aliados políticos, falaria mais de Bolsa Família
Presidente resiste a adotar a estratégia de seus conselheiros políticos -- para desespero de certos caciques do centrão
![(Brasília - DF, 10/08/2021) Presidente da República, Jair Bolsonaro recebe convite da Demonstração Operativa a ser realizado por ocasião da Operação Formosa 2021.Foto: Marcos Corrêa/PR](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/08/51369712938_5cb7d2a0ea_o.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Integrantes do núcleo político do governo, angustiados com o atoleiro do projeto de reeleição de Jair Bolsonaro, tentam convencer o presidente a priorizar o discurso social em todas as suas falas públicas.
É hora de esquecer o fetiche militar, esquecer o Exército, o voto de papel e outras parolagens para comunicar diretamente ao amplo eleitorado que depende das políticas sociais do governo para viver.
Bolsonaro, que nem partido tem para disputar a reeleição, vem ignorando esses pedidos da ala política. Acredita que perderá o controle de sua reeleição se jogar no campo da política profissional. Prefere seguir os passos de Carlos Bolsonaro, como em 2018.
O problema: Bolsonaro não tem mais o discurso da nova política. Agora, ele é o sistema, é o governo e a figura mais visível dos erros — que são muitos — e acertos da atual administração.
Bolsonaro também não é mais o defensor da Lava-Jato e do combate à corrupção. Ao contrário. Foi na gestão dele que a Lava-Jato chegou ao fim, que Sergio Moro virou “inimigo” e que as propostas anticorrupção sofreram derrotas no Congresso, sendo inclusive jogadas na geladeira, como a prisão em segunda instância.
O discurso que sobrou ao presidente é o de vítima do sistema, o Messias perseguido por tudo e todos. É o suficiente para chegar ao segundo turno?