Rosa Weber encaminha notícia-crime contra Bolsonaro e Queiroga à PGR
Petição enviada ao STF aponta que o presidente e o ministro da Saúde cometeram prevaricação ao retardarem vacinação de crianças
A ministra Rosa Weber, do STF, encaminhou à PGR a notícia-crime apresentada no mês passado contra o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por suposta prevaricação diante da recusa de incluir de crianças de cinco a 11 anos como público-alvo da vacinação contra a Covid-19.
A magistrada deu vista à Procuradoria, a quem cabe opinar em ações penais de competência do Supremo. Trata-se de um procedimento de praxe nesses casos. O despacho de Rosa foi assinado no último dia 7, mas seguiu para a PGR nesta segunda.
A petição foi protocolada no dia 22 de dezembro pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) e pelo secretário de Educação do município do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinha.
Os autores apontaram que a Anvisa havia aprovado o uso da vacina da Pfizer para essa faixa etária no dia 16 de dezembro e que Bolsonaro fez pressões públicas contra a agência e contra a vacinação das crianças, pedindo a Queiroga que exigisse receita médica para a imunização.
A primeira criança vacinada só foi vacinada no Brasil quase um mês depois, no dia 14 de janeiro.
O artigo 319 do Código Penal define como crime de prevaricação “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, com pena de detenção de três meses a um ano e multa.