De olho nas eleições de outubro, Ricardo Nunes tem uma nova estratégia de comunicação política. O prefeito entrou em uma série de entrevistas para vários veículos de imprensa e aproveita a exposição para atacar Guilherme Boulos.
Nos primeiros vinte minutos de uma entrevista de uma hora e meia que concedeu à Jovem Pan na segunda-feira, Nunes disse que Boulos se fingia de alguém que já viveu a periferia e o classificou como “perifake”, disse ainda que o deputado “nunca trabalhou, invade propriedade, desrespeita as leis e é super agressivo”.
Nunes também disse que Boulos “mente descaradamente” e que é “uma pessoa destemperada, que já foi preso várias vezes por baderna”. O prefeito foi à TV Gazeta na terça-feira, onde o adversário psolista esteve no dia anterior, e deve seguir na maratona de entrevistas.
Recentemente, interlocutores de Ricardo Nunes expuseram descontentamento com a estratégia política, pilotada pelo marqueteiro Duda Lima, também responsável pela campanha de Jair Bolsonaro, em 2022.
Entre as críticas, foi dito que o publicitário não estava presente durante o apagão da Enel, quis que o prefeito não fosse duro contra a concessionária de energia e sentiam falta de identidade de Nunes perante os eleitores.
A avaliação não foi acolhida nem pelo prefeito, nem pelo coordenador da campanha, o deputado e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi.
A nova visão estratégica parte da percepção de que Boulos pode ser abatido no primeiro turno. A ideia de que o segundo turno pode ser entre Tabata Amaral e Ricardo Nunes é compartilhada, inclusive, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que apadrinhou a deputada no pleito paulistano. Agora, a equipe do prefeito quer isolá-la do debate.