Rede católica pede resposta ‘drástica’ ao ‘colapso sistêmico’ na Amazônia
Entidade com representantes eclesiais de Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru e Venezuela alerta para ‘ponto de não retorno’
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) afirmou em carta aberta que a crise climática e o “colapso sistêmico” na Amazônia exigem uma resposta “drástica, intensa e com o compromisso de todos”. A entidade, com representantes de Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru e Venezuela, tem intensificado seus alertas às vésperas da COP28, da ONU, a ser realizada em Dubai de 30 de novembro a 12 de dezembro.
“A situação na Amazônia tornou-se crítica, chegando próximo a um ponto de não retorno”, disse a Repam, enumerando fatores como incêndios “descontrolados” e a seca severa, “com níveis nunca registrados dos rios e lagos, isolando inúmeras comunidades e deixando milhares de pessoas sem acesso a água potável e serviços de saúde, educação e alimentação”.
Na carta, a entidade da Igreja Católica expressa sua preocupação com “o extrativismo predatório, desmatamento acelerado, concessões, hidrovias, projetos hidrelétricos e rodovias”, o “desenvolvimento minero-energético na Amazônia” e as “falsas soluções da economia verde, com a promoção de créditos de carbono e a mercantilização da biodiversidade” do bioma.
“Diante dessa situação de emergência, pedimos a implementação de um Plano de Ação Integral para a proteção e defesa da Pan-Amazônia e de seus povos, com um compromisso sério das autoridades públicas e da sociedade civil para prevenir novas violências, ajudar as vítimas e reverter a situação”, afirmou a Repam.
A entidade “ratifica o apelo do Papa Francisco pela governança global em tempos de crise climática, exigindo que as Conferências do Clima das Nações Unidas (COPs) tomem decisões eficientes, vinculantes e que possam ser facilmente monitoráveis”.