Que ninguém se engane
Eduardo Cunha viveu uma noite rara ontem na Câmara. Perdeu uma votação em que manobrou muito, com suas armas de sempre e na qual apostou tudo. Não é a primeira vez que Cunha é derrotado desde que se tornou o soberano da Câmara, no início de fevereiro. (Aliás, a turma de fiéis escudeiros de Cunha, Leonardo Picciani […]
Eduardo Cunha viveu uma noite rara ontem na Câmara. Perdeu uma votação em que manobrou muito, com suas armas de sempre e na qual apostou tudo.
Não é a primeira vez que Cunha é derrotado desde que se tornou o soberano da Câmara, no início de fevereiro.
(Aliás, a turma de fiéis escudeiros de Cunha, Leonardo Picciani à frente, deu entrevistas dizendo que não via na rejeição ao Distritão uma derrota do seu chefe. É uma atitude padrão de Cunha e sua tropa de choque: tentam negar o óbvio, como se isso bastasse para mudar os fatos como eles são.)
O revés de Cunha, contudo, não deve ser exageradamente comemorado ou superdimensionado por seus adversários.
Significa apenas que ele não pode tudo, sobretudo impor qualquer coisa aos seus pares.
Mas convém não subestimá-lo. Ninguém ganhará nada fazendo isso. Todo cuidado é pouco. Cunha ainda detém muito poder.
É o político mais poderoso e influente do parlamento. Com causas menos espinhosas, como era a do Distritão, pode continuar dando passeios no governo nas votações.