A bancada feminista do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo protocolou nesta sexta um projeto que propõe a convocação de consulta pública, via plebiscito, para decidir o destino da estátua do Borba Gato, incendiada no último sábado.
O grupo que ateou fogo diz que o ato foi motivado pelo fato de o monumento fazer homenagem a um personagem histórico ligado à escravidão e ao genocídio de povos indígenas.
A intenção do projeto, segundo as autoras, é “garantir que a população participe da tomada de decisão, pois as autoridades nada fazem para impedir que o espaço público seja um local de exaltação da história racista e genocida que marca a formação do país”.
Para Paula Nunes, advogada e covereadora negra do mandato coletivo da bancada feminista do PSOL, esse tipo de “homenagem” contribui para sustentar o racismo estrutural na sociedade.
“A ação política no Borba Gato abriu no Brasil um debate que já ocorre em muitas partes do mundo. Queremos saber agora se a Câmara Municipal está aberta a ouvir a população sobre isso”, diz.