Na esteira das revelações das mensagens trocadas entre o procurador Júlio Marcelo de Oliveira e Deltan Dallagnol, sobre a presença de “bandidos” no TCU, o Ministério Público junto à Corte criou uma corregedoria para avaliar a conduta dos integrantes do MP.
A medida foi revelada pelo Radar no fim do mês passado. Na criação do novo órgão, ficou combinado que a escolha do corregedor se daria por eleição. Depois, a regra mudou e o procurador Lucas Furtado acabou sendo indicado ao cargo.
Estava tudo sendo encaminhado pela procuradora-geral Cristina Machado, mas algo acabou saindo do roteiro estabelecido pela turma e a escolha do primeiro corregedor virou motivo de guerra no TCU.
Ao ponto de o gabinete do presidente do tribunal, José Múcio Monteiro, ter virado cenário de um tremendo bate-boca.
É que Furtado, investido do espírito de corregedor, resolveu entrar no rolo das mensagens de Oliveira e Deltan e avisar ao presidente do TCU que ele mesmo iria pedir ao STF acesso às mensagens reveladas pelo Radar.
Quando soube da iniciativa, a procuradora-geral foi até o escolhido, que estava com Múcio no gabinete, e não economizou nas palavras de baixo calibre.
A lista foi relatada ao Radar por uma fonte do tribunal. A procuradora, segundo o relato, chamou Furtado de destemperado, sem noção, doido, maluco, mongol…
Assessores do TCU que ouviram a gritaria disseram que o próprio Múcio teve de intervir para acabar com o entrevero.