Petistas acionam STF contra ministro do TCU por áudio com teor golpista
Deputados do PT pediram que o Supremo investigue supostos crimes cometidos por Augusto Nardes em gravação de novembro do ano passado
Os deputados federais Zeca Dirceu (PT-PR), líder do partido na Câmara, e Reginete Bispo (PT-RS) acionaram o STF contra o ministro Augusto Nardes, do TCU. A notícia-crime foi protocolada nesta quarta-feira por conta de um áudio enviado por Nardes a amigos em um grupo no WhatsApp, em novembro do ano passado, em que ele fez insinuações golpistas ao dizer que tinha informações sobre “um movimento muito forte nas casernas” e que previa para as horas, dias ou, no máximo, semanas seguintes um “desenlace bastante forte na nação”, um “conflito social” com consequências imprevisíveis.
O contexto do áudio de pouco mais de quatro meses atrás, foi a derrota do então presidente Jair Bolsonaro nas urnas para o atual presidente Lula. Nardes disse que aquele seria o “pior momento que a nação vai viver, mas [que] talvez seja importante para poder recuperar”.
Ouça o áudio:
“O teor do áudio evidencia o conhecimento ou ao menos a expectativa do ministro sobre os atentados à democracia que posteriormente vieram a se confirmar – em 12 e 24 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro de 2023. Indicam ainda a possível associação com os organizadores e financiadores de tais atos criminosos contra as instituições e Poderes da República. Tudo contra a paz no País, contra o resultado da eleição e em favor de uma atitude disruptiva com intervenção golpista”, dizem os parlamentares na ação.
A notícia-crime foi apresentada no âmbito do inquérito 4874, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas.
Os petistas solicitaram que a PGR seja intimada para que adote providências legais para apurar as condutas e responsabilidades criminais, cíveis e administrativas de Nardes. Os parlamentares pediram ainda que ele seja incluído no inquérito 4874 e a avaliação de elementos que justificam o seu afastamento imediato do cargo no TCU “por sua conduta antidemocrática e contra o Estado Democrático de Direito”.
O ministro chegou a pedir licença-médica na época, mas voltou ao tribunal. Atualmente, inclusive, ele é o relator do caso das joias recebidas pelo ex-presidente no tribunal.
Leia a seguir a notícia-crime na íntegra: