Pesquisa realizada pelo instituto francês Ipsos mostra que, no intervalo de um mês, a percepção dos italianos sobre as consequências do coronavírus mudou completamente.
Perguntados sobre qual o nível de ameaça que a doença lhes apresenta pessoalmente, só 11% disseram que era muito alto no início de fevereiro. Cinco semanas depois, o número havia saltado para 48%.
Em relação ao risco oferecido pelo vírus ao país, o percentual dos italianos que acreditam no poder apocalíptico do vírus saltou de 26% para 84% no período avaliado. E 63% acreditam que há alto risco de ameaça ao emprego ou negócio próprio, contra 25% no início da pesquisa divulgada hoje pela Ipsos.
É tentador estabelecer uma correlação entre os números da pesquisa, a disseminação de informações – confiáveis ou fake news – e as respostas do governo. Algo nada muito diferente do que ocorre no Brasil.
No final de fevereiro, 80% dos italianos “acreditavam fortemente” que a mídia exagerava no impacto da doença. Em duas semanas, o percentual despencou para 29%. Aí estaria a chave para explicar a demora na adoção de políticas públicas mais severas e urgentes e mesmo os cuidados higiênicos pessoais.
Na quarta-feira, o país europeu registrou 475 mortes em um único dia, superando a China, onde a pandemia teve início, no número de mortos totais: 3.405 vítimas contra 3.249.