Peças arqueológicas do porto do Rio são expostas em museu afro-brasileiro
Mostra inédita 'Achados do Valongo' reúne 180 artefatos pertencentes a pessoas que passaram pelo maior mercado de escravizados do país no século 19
Estreou nesta quarta-feira a mostra inédita “Achados do Valongo”, que reúne 180 artefatos arqueológicos pertencentes a homens e mulheres que passaram pelo maior mercado de pessoas escravizadas que funcionou no país no século 19 e que foram encontrados na década passada durante as obras de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro.
Os itens ficarão expostos gratuitamente por ao menos um ano no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Mucab), na Gamboa, centro da capital fluminense. Pela primeira vez, os artefatos, que começaram a ser descobertos em 2011, serão postos em local aberto à visitação do público. A mostra reúne itens como piaçavas, cerâmicas, pedras e peças em vidro encontradas no Cais do Valongo.
A escavação arqueológica que encontrou os itens abriu, a partir de 2011, um pedaço de terreno de quatro mil metros quadrados onde no passado funcionou o cais que era a principal porta de entrada de pessoas sequestradas de regiões da África para trabalho forçado no Brasil. No sítio arqueológico foram descobertas centenas de artefatos de matriz africana, como contas de colares, búzios, brincos e pulseiras de cobre, cristais, peças de cerâmica, anéis de piaçava, figas, cachimbos de barro, materiais de cobre, âmbar, corais e miniaturas de uso ritual.
A exposição é uma iniciativa da secretaria de Cultura do Rio e do Instituto do Patrimônio da Humanidade em parceria com a UERJ e com o Museu Nacional. O Muhcab fica aberto de quinta a sábado, das 10h às 17h.