Pacheco diz a estrangeiros que urna é ‘um caso extraordinário de sucesso’
Um dia após o PL, de Bolsonaro, questionar sistema eleitoral, o presidente do Senado discursou para convidados internacionais que acompanharão as eleições
O presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco, declarou na manhã desta quinta que a urna eletrônica é “um caso extraordinário de sucesso”, em palestra para convidados internacionais do TSE que vão acompanhar as eleições brasileiras. O evento ocorreu em Brasília e foi aberto por falas dos presidentes do tribunal eleitoral, Alexandre de Moraes, e do STF, Rosa Weber.
A declaração de Pacheco ocorreu um dia depois de o Radar revelar que os “resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE”, documento produzido a pedido do partido de Jair Bolsonaro que deve servir à estratégia do presidente de questionamento da segurança do sistema eleitoral do país.
No seu pronunciamento, o senador exaltou a mobilização para a realização do pleito e comentou que “pouquíssimas democracias no mundo envolvem uma estrutura dessa dimensão, com tantos eleitores, com tantos candidatos, com tantos locais de votação, em tão pouco tempo”. “Nenhuma outra grande democracia é capaz de apurar resultados dessa magnitude com a rapidez e a segurança com que o fazemos”, declarou.
“A experiência – para todos vocês como para todos nós – é extraordinária, particularmente porque a democracia brasileira é pioneira em duas características muito peculiares e distintivas: o sistema eletrônico de votação e a justiça eleitoral especializada. O sistema eletrônico de votação brasileiro é a resposta a um desafio, a uma contingência que nos impõe nossa diversidade e a enormidade de nossas dimensões”, afirmou Pacheco.
Ele ressaltou ainda que o país “sonhava” com a mecanização do processo de votação, que libertasse os brasileiros de “armadilhas eleitoreiras” como o voto de cabresto, o coronelismo e “as fraudes eleitorais que fizeram, da República Velha, apenas uma encenação de democracia”.
E então classificou o voto informatizado, introduzido nas eleições de 1996, como “um caso extraordinário de sucesso”. E destacou que, nos quase 30 anos de uso, a urna eletrônica provou-se “confiável, segura e transparente”.
“As autoridades eleitorais não vêm poupando esforços em aperfeiçoá-la e em submetê-la aos mais variados e periódicos testes de estresse, de integridade e de segurança, com a participação e a colaboração de amplos setores da sociedade brasileira: do Congresso Nacional às Forças Armadas, dos partidos políticos à OAB, das universidades ao Ministério Público”, acrescentou.
Na sequência, Pacheco exaltou as “tantas” barreiras de segurança e formas de fiscalização e auditoria para dizer que “não há como não identificar e isolar falhas ou quaisquer tentativas de violação do processo eletrônico de votação”.
“Todo processo é controlado e auditado: da identificação biométrica do eleitor ao registro digital do voto; da emissão dos boletins de cada urna à transmissão e à totalização dos dados. Esta a razão de nosso orgulho – e de nossa confiança – no processo eletrônico de votação brasileiro, exemplo para o mundo”, declarou.