Depois de filiar Sergio Moro, a cúpula do Podemos trabalhar para lançar sua mulher, a advogada curitibana Rosangela Wolff Moro, como candidata a deputada federal por São Paulo em 2022. Ela deve entrar no partido quando voltar dos Estados Unidos, até o fim do ano.
Mas por que São Paulo e não o Paraná — a terra natal dos Moro? Maior colégio eleitoral do país, o Estado elege 70 parlamentares para a Câmara dos Deputados. Um candidato muito bem votado, como os correligionários de Moro esperam que seria o caso de Rosangela, pode acabar elegendo alguns outros do mesmo partido.
Os dirigentes do Podemos se miram no exemplo de Eduardo Bolsonaro, eleito em 2018 com o recorde histórico de mais de 1,8 milhões de votos. Se o filho do presidente Jair Bolsonaro conseguiu herdar parte dos votos do pai, a ideia é que a mulher de Moro também seria capaz de surfar na suposta onda do marido.
A investida seria, ainda, uma resposta aos boatos espalhados pelo grupo do governador João Doria sobre a viabilidade eleitoral do ex-juiz da Lava Jato para o Senado em São Paulo. A boa aceitação de Moro no Estado, medida em pesquisas, seria determinante para ampliar a bancada federal do partido com a candidatura de Rosangela.
Vale lembrar que, como mostrou o Radar na última edição de VEJA, a cúpula do Podemos fez questão de divulgar que Moro escolheu o Paraná como seu domicílio eleitoral, justamente para refutar a ideia de que tentaria ser senador com os votos dos paulistas.