Partidos da oposição anunciaram que irão representar contra Jair Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no STF. Acusam o presidente de interferir indevidamente no processo que investiga o assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Rodrigues, após a revelação que fez neste sábado.
O líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente, entende que Bolsonaro deveria ter determinado a imediata apuração do crime e, em vez disso, lançou mão de seu cargo para ter acesso às provas e influenciar na condução das investigações.
“Isso é crime de obstrução de justiça e evidencia que o Presidente pode ter manipulado as provas. É extremamente grave”, diz Valente.
Os líderes da oposição na Câmara e Senado – deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – irão representar contra Bolsonaro, pelo mesmo fato, mas na PGR.
“Acompanhamos com perplexidade o presidente da República confessar publicamente que se apropriou ilegalmente de provas essenciais para a investigação de um crime que acaba de completar 600 dias sem solução. Não cabe ao presidente da República determinar a apreensão de provas. Esperamos que se determine o quanto antes a devolução do material apreendido pelo presidente da República e que o mesmo responda perante a Justiça pelo ilícito que confessou ter praticado”, disseram, em nota, Molon e Randolfe.