Novo secretário de Cultura de Pezão, André Lazaroni pode ser mais uma fonte de problemas para o governo fluminense. Sua família, aliada do ex-governador Sérgio Cabral, acumulou contratos milionários nos últimos anos, sempre em esquema sem licitação.
Pai de Lazaroni, Paulo Roberto Moraes é sócio do grupo Riwa, responsável pelas construtoras Zadar e Engetécnica. As duas funcionam num discreto escritório no Centro do Rio. Depois de uma década de bons negócios, as empresas pediram recuperação judicial nesta semana, e estão sob investigação do Ministério Público.
Isso porque receberam 121 milhões de reais nas Olimpíadas para a construção do velódromo e a reforma do centro de hipismo.
E não é só.
As empresas também estavam presentes nas obras emergenciais realizadas durante as enchentes que castigaram a região serrana do Rio, em 2011. Na época, recebeu 52 milhões de reais para a reconstrução na cidade de Friburgo. As obras jamais foram entregues.
O Riwa ainda é dono da Limpatech, responsável pela limpeza pública em dezenas de prefeituras fluminenses. Em Macaé, por exemplo, o contrato deste serviço foi reajustado em 14 milhões de reais em 2016. Sem justificativa, o desvario acabou barrado pelo Tribunal de Contas.
Atualização:
Representantes da construtora Zadar afirmam que as empresas retratadas estão em operação há mais de 40 anos, tendo firmado nesse período reputação de qualidade, eficiência e pontualidade na entrega de obras. Também afirma que os contratos foram firmados em regime de licitação de emergência, sob a lei 8666. Também afirma que venceu as licitações cobrando o mesmo preço das concorrentes. A Zadar diz ainda que a falta de pagamentos da prefeitura do Rio fez com que a empreiteira entrasse com pedido de recuperação judicial.