O Ministério Público Federal acaba de rebater as declarações de Wilson Witzel sobre a devolução do dinheiro resgatado pela Lava-jato aos cofres do Rio de Janeiro.
Witzel disse em evento na manhã desta sexta (6) que tenta, há mais de um mês, uma solução com os procuradores para o dinheiro obtido pelos acordos de leniência feitos pelo MPF.
“As declarações do governador, que tenta imputar ao MPF a sua responsabilidade de concluir obras públicas, em nada contribuem para resolver o problema da citada estação de metrô” escreveram os procuradores.
O governador afirmou que pede há mais de um mês, para que o MPF diga para onde vai o dinheiro.
“Daqui a pouco, cai um prédio e acontece alguma coisa grave aí vai ser o governador que nada fez”, disse.
Na última quinta, ele foi duramente criticado por afirmar que vai aterrar a obra inacabada do metrô na Gávea, Zona Sul do Rio.
Leia abaixo a nota completa do MPF:
A Força Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro vem a público declarar que os valores de multas em acordos de colaboração e leniência depositados em juízo serão restituídos aos entes lesados, que podem ser o Estado, a União e/ou o Município.
Somente em 26 de agosto de 2019, o Estado do Rio de Janeiro, por meio de sua procuradoria, apresentou pedido de transferência de valores, na 7ª Vara Federal Criminal, indicando a relação das ações penais em que entende ser o Estado o principal lesado.
Após ser intimado, em 27 de agosto de 2019, o MPF começou a fazer o levantamento de dados referentes a mais de 100 processos em que há valores depositados, a fim de devolver aos cofres públicos os valores desviados pela organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral.
Essa devolução também deverá ser ajustada com a União e o município do Rio de Janeiro, além do Estado, e deferida pela Justiça, sendo certo que, uma vez vencidas essas etapas e transferidos os valores, caberá a cada um dos entes dar a eles a destinação que entender devida.
As declarações do governador, que tenta imputar ao MPF a sua responsabilidade de concluir obras públicas, em nada contribuem para resolver o problema da citada estação de metrô.