A desconfiança da comunidade internacional com o governo Bolsonaro com relação ao meio ambiente já era enorme, e a atuação de Joaquim Leite na COP26 não ajudou. Em conversas com autoridades brasileiras que passaram por Glasgow, interlocutores da União Europeia classificaram o ministro como “passivo”, em razão da cobrança aos países mais desenvolvidos.
Apesar de ser visto como uma versão menos agressiva do antecessor Ricardo Salles, Leite deixou péssima impressão ao repisar a tese governista de que onde há muita floresta, também há muita pobreza.
Chamou atenção ainda o contraste com as falas de Rodrigo Pacheco na Escócia. O presidente do Senado defendeu que deixar as florestas intocadas traz mais riqueza aos detentores das terras e fez um “mea culpa” com relação ao “grave problema” do desmatamento ilegal.
Preterido por Bolsonaro no evento climático da ONU, o vice-presidente Hamilton Mourão optou pela diplomacia ao comentar a participação do ministro do Meio Ambiente. “Quanto ao Joaquim, minha avaliação é que está indo muito bem, em um trabalho conjunto com o Itamaraty”, declarou ao Radar o general, que preside o Conselho da Amazônia Legal.