Um procurador de Justiça do Ministério Público do Rio usou um processo que tramita no Tribunal de Justiça fluminense para fazer um desabafo contra o próprio Ministério Público.
“Enquanto vasta parcela da população vive escravizada sob o jugo facinoroso de meliantes que desafiam e zombam das autoridades, o MPRJ por comodidade insiste em manter um modelo de atuação disfuncional, ultrapassado e insensato”, escreveu o procurador Luiz Roberto Saraiva Salgado em 23 de outubro, antes, portanto, das polêmicas do porteiro e da família presidencial.
Segundo ele, o MPRJ “não prioriza seus recursos humanos e materiais para o combate ao crime organizado e a endêmica corrupção, não prioriza a proteção aos direitos fundamentais. Atua sem profissionalismo, de forma amadora e desorganizada, olvidando a Constituição da República que o emoldura predominantemente como órgão agente”.
O desabafo foi feito ao desembargador 3º Vice-presidente do TJRJ. Entre outros pitos, o promotor também diz sentir que a “ausência de vontade política institucional, além de consumir substanciais recursos públicos em intervenções desnecessárias, desvia o foco de atuação”.