Lula proíbe tratar reajuste ao funcionalismo como gasto: “É investimento”
"No nosso governo, é proibido falar a palavra gasto em coisas que é (sic) investimento", diz Lula
Num discurso recente, Lula bateu pesado na ala do governo que defende redução de gastos e controle das contas públicas a partir de uma negociação mais rigorosa envolvendo a infinidade de pedidos de reajuste salarial no funcionalismo. O presidente disse que reajuste salarial é “investimento” e ainda deu um duro recado aos auxiliares: é proibido, no governo, chamar reajuste — “o que é investimento” — de gasto.
“É preciso mudar o discurso. É preciso mudar o discurso. É preciso saber o que é gasto e o que é investimento. ‘Ah, o Governo Federal não pode dar aumento para os funcionários, porque é gasto’. Quando as empresas dão aumento para os funcionários, por que elas dão? Porque elas sabem que o funcionário precisa de aumento para trabalhar mais feliz. Então não é gasto, não. É investimento que ela está fazendo na melhoria da sua produção”, disse o petista.
Na lógica do presidente, o governo deve consumir seus poucos recursos ainda disponíveis com reajustes de categorias que já ganham muito mais do que o pagador de impostos. E esse mesmo pagador de impostos deve se dar por orgulhoso: seu dinheiro está sendo usado para fazer pessoas felizes, segundo Lula.
“Por que que o governo, quando aumenta médico, quando aumenta dentista, quando aumenta os… é gasto? Não. Salário não é gasto. É investimento. Porque se a pessoa estiver trabalhando feliz e motivada, ela produz o dobro. Ela se dedica muito mais e ela vai cumprir com toda a sua tarefa”, disse Lula. “Então, no nosso governo é proibido falar a palavra gasto em coisas que é investimento”, segue o petista.
Quando se pensa em reeleição, tudo é investimento nos gastos do governo. Lula já deu seu recado.