Lava-Jato no Peru sai em defesa de Deltan Dallagnol
Ações do CNMP que podem punir o chefe da força-tarefa nesta terça 'buscam afetar a independência dos procuradores', dizem investigadores peruanos
Um grupo de 13 investigadores da Lava-Jato no Peru divulgou nota nesta segunda para defender o trabalho desempenhado pelo procurador Deltan Dallagnol no comando da força-tarefa de Curitiba.
Os investigadores peruanos se dizem preocupados com os rumos das ações no CNMP que podem levar ao afastamento do procurador nesta terça e afirmam que a força-tarefa coordenada por Deltan é o “pilar fundamental na cooperação internacional” que permitiu o combate transnacional a crimes de corrupção nos países latino-americanos.
“Manifestamos publicamente nossa preocupação com as ações destinadas a destituição do procurador Deltan Dallagnol do cargo de coordenador da Força-Tarefa e nos solidarizamos com a sua equipe de procuradores na investigação da Operação Lava-Jato”, registra nota da Lava-Jato peruana.
Para a Lava-Jato peruana, a ação do CNMP, que pode punir Deltan em três processos nesta terça, “buscam afetar a independência dos procuradores responsáveis pelas investigações de corrupção”.
Os investigadores afirmam que tais ações “são de preocupação internacional” por serem Brasil e Peru “subscritores da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção e da Convenção Interamericana Contra a Corrupção”.
A íntegra da nota:
Los fiscales del Equipo Especial de la República del Perú, en relación a los acontecimientos recientes que afectan a la Fuerza de Tarea del Ministerio Público Federal de la República Federativa del Brasil, comunicamos lo siguiente:
1.- Manifestamos públicamente nuestra preocupación por las acciones destinadas a la destitución del señor procurador Deltan Dallagnol del cargo de Coordinador de la Fuerza de Tarea y nos solidarizamos con su equipo de Procuradores en la investigación de la Operación Lava Jato.
2.- Reconocemos a la Fuerza de Tarea del procurador Deltan Dallagnol como pilar fundamental en la cooperación internacional que permite conocer los graves hechos de corrupción trasnacional que afectan a los países latinoamericanos en el marco de la Operación Lava Jato.
3.- Expresamos que las acciones que buscan afectar la independencia de los fiscales o procuradores responsables de las investigaciones de hechos de corrupción son de preocupación internacional, al ser nuestros países suscriptores de la Convención de Naciones Unidas contra la Corrupción y de la Convención Interamericana contra la Corrupción.
4.- Nos identificamos con la Fuerza de Tarea del procurador Deltan Dallagnol que en enero de 2019 respaldó el trabajo del Equipo Especial ante la destitución arbitraria de los fiscales Rafael Vela (Coordinador) y José Domingo Pérez del Equipo Especial.