Juiz de garantias pode soltar bandidos, defende procurador no STF
Roberto Livianu, do Instituto Não Aceito Corrupção, vai participar de julgamento na Suprema Corte nesta quarta
O procurador do MPSP Roberto Livianu vai participar do julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a criação do juiz de garantias. Livianu preside o Instituto Não Aceito Corrupção, que participa do processo como amicus curiae — terceiro que fornece subsídios ao órgão julgador.
Aprovado pelo Congresso em 2019, o juiz de garantias acompanharia a investigação criminal. Ele seria o responsável por analisar pedidos das polícias e do Ministério Público para quebrar sigilos de comunicação ou de dados bancários e fiscais do investigado.
“Somos um país pobre, que não tem nem um juiz para cada comarca, quem dirá falarmos em dois juízes?”, questiona o procurador.
“Se implantado hoje, na canetada, a Justiça será obrigada a soltar uma série de bandidos e os maiores advogados criminalistas do país estão fazendo campanha para isso. Há de se ter ponderação. Soma-se ainda o fato de que não há previsão orçamentária para essa implantação apressada”, argumenta Livianu.
O caso tem a relatoria do ministro Luiz Fux, e será julgado a partir das 14h desta quarta-feira. A Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República também podem fazer exposições.