Na denúncia entregue ao Supremo Tribunal Federal nesta quinta (14), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que o presidente Michel Temer, o ex-deputado Eduardo Cunha, e seus aliados Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima receberam ao menos R$ 587 milhões em propina.
“No caso desses denunciados, os concertos das ações ilícitas praticadas voltaram-se especialmente para a arrecadação de propina por meio da utilização de diversos entes e órgãos públicos, tais como a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), FURNAS, Caixa Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aviação Civil, Câmara dos Deputados. O esquema desenvolvido no âmbito desses órgãos permitiu que os ora denunciados recebessem, a título de propina, pelo menos R$ 587.101.098,481. Além disso, os crimes praticados pela organização geraram prejuízo também aos cofres públicos. Nesse sentido, em acórdão lavrado pelo TCU, estimou-se que a atuação cartelizada perante a Petrobras implicou prejuízos à Estatal que podem ter chegado a R$ 29 bilhões”, escreveu o procurador-geral.