Jair Bolsonaro começa a semana com um incêndio entre os aloprados da ala olavete e outro na área criminal contra sua base de governo. Contrariado por ver seu pupilo perder o cargo no governo – leia abaixo –, Olavo de Carvalho mandou o presidente enfiar as condecorações que havia lhe oferecido em um lugar impublicável, durante o fim de semana. Ele rompeu com o “governo de m…“ e depois voltou atrás.
O presidente ainda não disse o que fará em relação à enquadrada que tomou de Olavo. Com o STF na cola de deputados e aliados bolsonaristas no inquérito das fake news, Bolsonaro precisa melhorar as relações do governo com a Corte, que julga na quarta o futuro da investigação conduzida por Alexandre de Moraes.
Um dos caminhos para demonstrar aos magistrados que seu governo não apoia ataques à Corte, como o Radar vem mostrando desde quarta-feira passada, é a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Auxiliares da ala moderada do bolsonarismo – é pequena, mas ainda existe – defendem há dias a demissão do ministro.
Detestado até mesmo entre auxiliares da ala ideológica do governo, Weintraub caiu em desgraça ao ser flagrado na reunião ministerial de 22 de abril defendendo “cadeia aos vagabundos do STF”.
O tema, aliás, não faz parte da pauta do ministro na Educação, mas isso não é problema. Weintraub vem dando sinais claros nos últimos dias de que a última de suas prioridades é a atuação técnica na gestão da Educação. Ele virou uma espécie de mártir político em gestação no ninho bolsonarista mais radical. Vive de fanfarras nas redes sociais, como mostrar sua plantação de milho na sacada do apartamento, tocar gaita, se barbear…
Na semana passada, Weintraub saiu carregado nos braços por uma pequena claque da Polícia Federal, reeditando os “guerreiros do povo brasileiro” petistas, que faziam a mesma bagunça sempre que chamados a prestar contas.
Sem dinheiro até para garantir a realização de ações importantes da pasta, como o Enem, ele se ocupava, em pleno expediente, na sexta, de uma celebração católica em seu nome, dentro do gabinete, com muita aglomeração e zero trabalho.
Weintraub joga com o poder de Olavo de Carvalho sobre Bolsonaro para ficar no governo, mas muita gente importante no Planalto já dá sua saída como fato consumado.
Tudo isso, claro, sem esquecer da confusão na Saúde…